
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central divulgou nesta terça-feira, 13 de maio, a ata de sua última reunião, realizada em 7 de maio, na qual elevou a taxa Selic em 0,50 ponto percentual, alcançando 14,75% ao ano — o maior patamar desde agosto de 2006. A decisão unânime reflete a necessidade de conter a inflação persistente e as expectativas desancoradas, mesmo diante de sinais de desaceleração econômica.
A ata destaca que a política monetária significativamente contracionista já tem contribuído para a moderação do crescimento, com efeitos observados no mercado de crédito, nas sondagens empresariais e no mercado de trabalho. O Copom avalia que esses impactos devem se aprofundar nos próximos trimestres, considerando as defasagens inerentes aos mecanismos de política monetária.
O Banco Central projeta que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) encerrará 2025 em 4,8%, acima do teto da meta de 4,5%, e que a inflação convergirá para 3,6% até o final de 2026. O Comitê enfatiza a necessidade de manter a política monetária em patamar significativamente contracionista por período prolongado para assegurar a convergência da inflação à meta.
Copom: postura de cautela
Para a próxima reunião, marcada para os dias 17 e 18 de junho, o Copom adotará uma postura de cautela adicional e flexibilidade, considerando o cenário de elevada incerteza, o estágio avançado do ciclo de ajuste e os impactos acumulados ainda por serem observados. O Comitê não forneceu orientações sobre possíveis movimentos futuros da taxa Selic, indicando que as decisões dependerão da evolução dos dados econômicos e das expectativas de inflação.
A ata também menciona que o mercado de trabalho apresenta sinais de inflexão, com possível redução na demanda por crédito devido ao aumento do comprometimento da renda familiar com o serviço das dívidas. O Copom reforça a importância de assegurar que os canais de transmissão da política monetária estejam desobstruídos para garantir a eficácia das medidas adotadas.
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