A Secretaria de Estado do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Sedics) de Alagoas lançou nesta terça-feira (15) a 16ª Edição do Balanço Energético de Alagoas (Beal) 2024, com informações referentes ao ano de 2023. Os setores sucroenergético, a hidreletricidade e o gás natural seguem como destaques na produção de matriz energética alagoana.
O levantamento realizado pela Superintendência de Políticas Energéticas de Alagoas aponta que a matriz energética do estado superou 82% de fontes renováveis. Em relação à matriz energética do país, proporcionalmente, o Brasil conseguiu menos de 40% de produção limpa.
No documento, a Sedics destaca que a sanção da Lei estadual nº 9.029/2023 do gás natural coloca Alagoas como referência para o país. No âmbito nacional, as recentes medidas sobre o Programa Combustível do Futuro com SAF (Sustainable Aviation Fuel) e Biometano, mais geração centralizada e distribuída limpas, alto consumo de biodiesel e redução de térmicas a gás natural impulsionam a produção de energia sustentável nacionalmente.
Com relação à produção de energia primária por fonte, Alagoas teve uma produção superior a 3.200 mil tep (Tonelada Equivalente ao Petróleo) no ano de 2023. De acordo com dados do Boletim Energético, o setor sucroenergético (51,3%), a hidreletricidade (31,2%) e o gás natural (13,3%) seguem como destaques na produção, consolidando, cada vez mais, Alagoas como um dos protagonistas nacionais na descarbonização responsável e desenvolvimentista. Os três segmentos representam 82% da produção total do estado.
Um ponto relevante na análise realizada pela Sedics é a característica renovável da matriz energética alagoana, que indica o potencial do uso da biomassa, sobretudo as produzidas a partir de resíduos da cana-de-açúcar e do eucalipto.
No comparativo com o cenário nacional, a maior parte da energia primária brasileira é fornecida a partir dos combustíveis não renováveis, com um montante maior que 60%, representada em sua maioria pela produção de petróleo, que representa 45,01% do total da produção nacional.
Outro dado relevante apresentado pelo Balanço Energético é a mudança do consumo energético por setor. O consumo residencial de energia alagoano mudou de 8,5%, em 2014, para 11%, em 2023, enquanto no Brasil foi de 10,2% para 11,3%. A indústria estadual variou de 39,3 para 32,8%, onde a nacional oscilou de 35 para 33,7%. Já o setor de transporte local cresceu de 29,3 para 32,8%, e no país oscilou de 34,6% para 35,02%.
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Transição energética em Alagoas
Com relação à produção de petróleo e derivados em Alagoas, houve diminuição nos últimos nove anos, saindo de 260×10³ m³, em 2014, para 145×10³ m³ em 2023. Os contextos regulatório e mercadológico têm tido papel crucial no estado e no Brasil. A produção de gás natural também registrou retração no período, passando de 535×106 m³, em 2014, para 437×106 m³ 2023.
A titular da Sedics, Alice Beltrão, avaliou que os dados comprovam o trabalho do Governo de Alagoas em diversas frentes, o que favorece o desenvolvimento socioeconômico e a transição energética consciente. “Alagoas possui um enorme potencial de crescimento e estamos atentos ao cenário, trabalhando para desenvolver ainda mais a matriz energética alagoana, inclusive com as novas tecnologias do biogás e do SAF (combustível de aviação) em projetos em curso, e buscando atrair investimentos para o setor”, disse.
Já o superintendente da pasta, Bruno Macêdo, destacou que a integração estratégica do Gás Natural com as fontes renováveis, potencializada pela presença da Bacia Marítima SEAL, é uma das maiores do país.
“A Sedics, através do Conselho Estadual de Políticas Energéticas (CEPE), tem atuado como um agente fundamental para propor resoluções em prol do desenvolvimento energético e sustentável de Alagoas. Temos a articulação institucional para promover o segmento energético no estado, viabilizando a chegada de novos empreendimentos no setor”, afirmou.
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