O Produto Interno Bruto de Pernambuco (PIB) cresceu 1,4% em 2023, em relação ao ano de 2022. O levantamento é feito pela Agência Estadual de Planejamento e Pesquisas de Pernambuco (Condepe/Fidem). No recorte do quarto trimestre de 2023, o PIB pernambucano também apresentou crescimento, com uma variação de 2,0% em comparação ao mesmo período de 2022. Neste caso, as maiores influências foram da indústria e agropecuária que cresceram 5,4% e 5,2%, respectivamente. Já os serviços tiveram variação de 0,6%.
O desempenho do PIB estadual difere do nacional no quatro trimestre. Naquele período, o PIB do Brasil ficou estável em relação ao terceiro e terminou o ano de 2023 com crescimento de 2,9% e um valor total de R$ 10,9 trilhões. Em 2022, a taxa de crescimento havia sido 3%. O fato da economia pernambucana ter crescido no último trimestre indica que diferentemente da nacional, a produção local não estagnou.
“Os números mostram uma reação da economia de Pernambuco”, destaca Jaime Prado, presidente da Condepe/Fidem. Ele ressaltar que, além de apresentar esse crescimento em relação ao ano de 2022, Pernambuco tem mostrado um crescimento acelerado a cada trimestre. “O estado começou o ano com um crescimento de 1,2% no primeiro trimestre e, no último, já cresceu 2%, indicando uma tendência de aceleração do crescimento”, enfatizou o secretário de Planejamento, Gestão e Desenvolvimento Regional, Fabrício Marques.
Agropecuária
O PIB pernambucano foi alavancado, assim como o PIB nacional, pelo desempenho principalmente da agropecuária com 1,6%, seguida pelos serviços com 1,4%, e depois pela indústria, que cresceu 1,1%. Neste último setor, merecem destaque a eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos com crescimento em volume de 3,1% no ano e construção (2,3%).
O crescimento do PIB brasileiro no ano de 2023 foi puxado por uma alta recorde de 15,1% do setor agropecuário, o maior avanço desde o início da série histórica da pesquisa, em 1995. Também apresentaram aumentos os setores da indústria (1,6%) e do serviços (2,4%).
Já nos serviços, os setores que mais cresceram foram o transporte e comércio, com respectivamente 5,2% e 3,1%. As atividades imobiliárias ficaram com 1,7%, as do financeiro (1,1%) e a administração, defesa, saúde e educação públicas e seguridade social (1,0%).
Assim como os principais estado nordestinos, o PIB pernambucano ficou aquém do nacional, que cresceu 2,9% . Na Bahia, o avanço foi de 1,1%. No Ceará, a expectativa é de crescimento de até 2,1%. No caso da Bahia, o desempenho se deve aos problemas nos últimos anos relacionados a externalidades – como a instabilidade de preço e demanda do petróleo e derivados – desafios nacionais (a exemplo do ciclo complicado pelo qual passa a indústria de transformação brasileira) e internos, entre eles o impacto persistente do fechamento do complexo da Ford, em 2021.
Já no caso do Ceará, se a expectativa se concretizar, o resultado cearense ficará ligeiramente abaixo da economia brasileira“, afirma o diretor geral do Ipece, Alfredo José Pessoa de Oliveira. Os números setoriais consolidados no acumulado janeiro a dezembro e do 4º trimestre ainda não foram divulgados pelo instituto. Mas os resultados do 3º trimestre (na comparação com os mesmos três meses de 2022) apontam a área de serviços com alta de 4,2% no valor adicionado, enquanto a agropecuária teve redução de 5,1% e a indústria, de 2,3%.
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