O Produto Interno Bruto (PIB) deve continuar crescendo em 2022, segundo ano da retomada da economia após o início da pandemia da covid-19, em 2020. A previsão está no estudo especial do Departamento Econômico do Santander sobre economia regional, divulgado nesta segunda-feira (26), com dados de todas as regiões e estados do país.
Para este ano, a estimativa é que o PIB nacional aumente 2,6% sobre o índice de 4,6% de 2021. Todas as regiões devem seguir a tendência de alta, com o Centro-Oeste na dianteira, com 3,8%; seguido pelo Sudeste com 2,6%; o Sul, com 2,2% e as regiões Norte e Nordeste, empatadas em 1,7%.
Foco da pauta do Movimento Econômico, os estados do Nordeste, segundo o estudo, seguem em crescimento em 2022, mas a maioria abaixo do registrado no ano passado. É o caso das previsões para a Bahia (0,4%), Pernambuco (1%) e Ceará (1,3%), Maranhão (0,0%), Paraíba (3,4%) e Piauí (5,5%). Com ligeira alta, aparecem o Rio Grande do Norte (2,9%) e Sergipe (3,7%) e Alagoas se destaca com uma evolução de 4,2% em 2022, quase dois pontos percentuais sobre a estimativa de 3,2% feita pelo Santander para 2021.
Pelas projeções do Santander, os estados com maior participação na economia do Nordeste Bahia (28,0%); Pernambuco (18,4%) e Ceará (15,6%) ou 62% do total, vão crescer menos este ano do que os de menor participação: Sergipe (4,3%); Piauí (5,1%) e Alagoas (5,8%).
Setores
O setor de Serviços, que representa 75,0% do PIB nordestino e varia entre 71,3%, da Bahia; e 81,0%, da Paraíba,, ajudou nos resultados positivos de 2021 e deve continuar contribuindo com os de 2022, embora nem todos os estados tenham voltado a crescer como antes da pandemia.
Nas estimativas para 2022, o Santander destaca os estados de Alagoas, Maranhão, Ceará e Paraíba entre os que terão melhores resultados. “Estimamos que a reabertura da economia tenha permitido que o setor de serviços no Nordeste compensasse totalmente em 2021 a contração de 2020”, afirma o economista do Santander, Gabriel Couto, autor do estudo regional. Já o comércio varejista, segundo a pesquisa, retomou os índices pré-crise no Nordeste, mas vem arrefecendo após a retomada.
A Indústria tende a continuar registrando desempenho desigual entre os estados, onde as maiores baixas começaram a ser sentidas em 2020, com impactos mais fortes exatamente nos estados mais industrializados – Bahia, Pernambuco e Ceará. O fechamento de parte da indústria automobilística baiana repercute na retração do setor na região.
Para o PIB Agropecuário, o banco projeta uma retração em 2021, após quatro anos de forte crescimento. Mesmo como clima mais favorável, com menor impacto, o setor vinha de uma base fortalecida e não deve ter tido espaço para uma expansão adicional no ano passado. A diferença deve ficar por conta de Pernambuco. “O agro deve apresentar recuperação relevante no estado este ano, considerando que sofreu um recuo de 2% desse setor em 2021. O setor tem peso de 4,5% no PIB pernambucano, enquanto na média no Nordeste esse percentual é de 6,5%”, aponta Gabriel Couto.
Ele calcula que, entre os estados do Nordeste que terão expansão agropecuária, Pernambuco só ficará atrás de Alagoas (4,6%) e Sergipe (4,5%). Na média do País, a expectativa é que a agropecuária recue 0,3% em 2022.
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