O crescimento do Produto Interno Bruto (PIB, soma dos bens e dos serviços produzidos no país) pode chegar a 2% em 2022. A previsão, divulgada nesta quinta-feira (14) pelo Ministério da Economia, no Boletim Macrofiscal, revê a estimativa anterior do governo federal que era de 1,5% de aumento no PIB deste ano. Para 2023, foi mantida a projeção de crescimento de 2,5%.
O governo ainda diminuiu a previsão da inflação para este ano, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que passou de 7,9% para 7,2%. Esse índice já incorpora o impacto de medidas legislativas aprovadas nos preços de combustíveis, energia elétrica e comunicação.
A redução, se confirmada, ainda deixará a inflação está acima da meta definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) de 3,5%, com intervalo de variação de 1,5 ponto percentual para cima e para baixo.
O IPCA já acumula alta de 5,49% este ano e de 11,89%, em 12 meses. Para o próximo ano, o resultado da inflação foi reavaliado de 3,6% para 4,5%. A meta estabelecida pelo CMN é de 3,25%, com o mesmo intervalo de tolerância.
PIB, inflação e cenário internacional
O Boletim Macrofiscal mostra ainda que, entre outros fatores, a revisão positiva para o PIB está relacionada ao desempenho da atividade econômica. Pesquisas mensais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontaram um crescimento médio mensal na margem nos meses de abril e maio da indústria geral de 0,2% e na indústria da transformação de 0,4%.
“Outra ênfase que fundamenta a mudança da projeção do PIB neste ano se dá pelas alterações no mercado de trabalho, cuja variação da população ocupada (PO) no trimestre móvel findo em maio de 2022 é de 10,6% em relação ao mesmo período do ano anterior. Essa variação interanual significa um incremento da população ocupada de 9,4 milhões de trabalhadores”, diz o boletim.
O cenário internacional continua desafiador, segundo o Ministério, com redução na perspectiva do crescimento global e o patamar ainda elevado dos preços das commodities de energia e alimentos.
As previsões de crescimento do PIB dos países desenvolvidos foram revisadas de 3,8%, no início do ano, para 2,6%, no final do mês passado. No caso dos países emergentes, as projeções foram alteradas de 5% no início do ano para 3,7% no final de junho, segundo a Bloomberg.
“Essas revisões, em grande medida, são respostas à deterioração do cenário geopolítico – guerra no Leste Europeu – e da piora das condições financeiras, explicada pela elevação da curva de juros. A taxa de juros mensal para cinco anos nos Estados Unidos atingiu o maior patamar desde 2008. Resultado semelhante ocorre para a Alemanha, França e outros países europeus cujo nível da taxa de juros está no maior patamar desde a crise de 2012”, diz o boletim.
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