A conta de luz do consumidor residencial pernambucano terá um reajuste médio de 18,97% que vai entrar em vigor na próxima sexta-feira (29). Os clientes que consomem em alta tensão, como as indústrias, terão um aumento médio de 19,01%. Os percentuais são mais altos do que a inflação oficial do País, medida pelo IPCA, que ficou em 11,30% nos últimos 12 meses, findos em março último. A alta do reajuste foi provocada praticamente por dois componentes: a crise hídrica de 2021 – que atingiu os reservatórios das hidrelétricas do Sudeste/Centro-Oeste – e a inflação que voltou aos dois dígitos, ao apontar o acumulado dos últimos 12 meses, o que ocorreu em setembro do ano passado.
O mais inusitado é que no dia 16 deste mês foi retirada da conta de todos os consumidores a cobrança da bandeira hídrica de escassez hídrica – a mais alta já cobrada ao consumidor que era de R$14,20 por cada 100 quilowatts-hora kWh consumidos. A bandeira vermelha foi cobrada a todos os consumidores desde junho de 2021. A finalidade das bandeiras é justamente repassar ao consumidor, já na conta do mês seguinte, quando ocorre o aumento do custo de produção de energia. Isso ocorre, por exemplo, quando os reservatórios das hidrelétricas ficam com pouca água e as térmicas começam a gerar energia mais cara.
Os brasileiros pagaram a bandeira vermelha pelo menos desde julho do ano passado até 16 de abril deste ano. Neste período, o próprio governo federal aumentou pelo menos três vezes o valor cobrado na bandeira e isso não foi suficiente para bancar o custo alto da energia comprada pelas distribuidoras. Como os recursos não foram suficientes, foi feito um empréstimo para bancar o custo da energia já consumida. É este financiamento, que somente para variar, será pago por todos os consumidores na conta de luz por alguns anos a partir do reajuste de 2022.
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