Pernambuco agora conta com Câmara Setorial da Apicultura

O Estado de Pernambuco agora conta com a Câmara Setorial da Apicultura espaço formal de estruturação e fomento da cadeia produtiva do setor. A iniciativa surgiu a partir de uma articulação do Programa Força Local junto ao segmento de apicultura e meliponicultura do estado. Ontem (13), eles se reuniram na sede da Agência de Desenvolvimento […]

O Estado de Pernambuco agora conta com a Câmara Setorial da Apicultura espaço formal de estruturação e fomento da cadeia produtiva do setor.

A iniciativa surgiu a partir de uma articulação do Programa Força Local junto ao segmento de apicultura e meliponicultura do estado. Ontem (13), eles se reuniram na sede da Agência de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco (Adepe) para instituir a Câmara.

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O mel pernambucano é produzido em quase todo seu território, com apicultores distribuídos na caatinga, no manguezal e até no arquipélago de Fernando de Noronha. Mesmo assim, o estado não possui um diagnóstico do setor.

Foto: Pixabay

Com a implementação da Câmara Setorial, será possível levantar dados como estes, que contribuirão para impulsionar a economia do segmento no Estado.

Para isso, produtores, representantes da UFRPE, UFPE, UPE, Sebrae, Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA), Banco do Nordeste e outros uniram esforços para definir os eixos prioritários da Câmara Setorial, que tem como objetivos identificar desafios do setor, estruturar as demandas coletivas, atrair investimentos e fomentar negócios.

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Entre as primeiras iniciativas estão o mapeamento dos produtores, diagnóstico do setor, ampliação da comunicação com estreitamento de laços, entre outros. A próxima reunião está prevista para acontecer na segunda quinzena de janeiro de 2022.

No Brasil, 60,2% da produção nacional de mel é feita por apicultores de pequeno porte. De acordo com dados da Confederação Brasileira de Apicultura CBA (2019), quase metade dos produtores no País possuem até 50 colmeias. Em 2017, de acordo com o Censo Agropecuário existiam 101.797 estabelecimentos com apicultura no Brasil, sendo 80% da agricultura familiar.

Os 24.150 produtores do Nordeste possuíam 674.186 colmeias, majoritariamente no semiárido (94%). Ainda, segundo relatório do Banco do Nordeste do Brasil, o setor movimentou entre 2013 e 2020 mais de R $167 milhões.

“Para a Adepe, a criação da Câmara Setorial de Apicultura e Meliponicultura é uma grande conquista. Ver que nossa atuação como fomentadores dos arranjos produtivos locais foi um facilitador para que o setor se articule é ver o objetivo do governo de Pernambuco de desenvolver a economia local sendo alcançado”, pontuou Álvaro França, gerente geral de Arranjos Produtivos da Adepe. 

Foto: Pixabay

A criação da Câmara Setorial dialoga com ações já realizadas pela Adepe para reforçar o setor. Desde 2019, a Adepe investiu mais de R$1.7 milhão em dez projetos para o fortalecimento do segmento por meio do Programa de Fortalecimento dos Arranjos Produtivos Locais (Força Local). Com mais de 500 beneficiários, a apicultura foi o 5º setor mais apoiado pelo programa, alcançando nove regiões de desenvolvimento do Estado:  Sertão do Araripe, Sertão do São Francisco, Sertão do Pajeú, Sertão de Itaparica, Sertão do Moxotó, Sertão Central, Agreste Central, Agreste Setentrional e RMR. 

De acordo com a professora da Universidade Federal Rural de Pernambuco, Renata Valéria Gomes, os desafios do setor são muitos e a criação da Câmara chega para fortalecer o segmento. “Pernambuco possui um mel de qualidade ímpar. A vegetação e o clima da nossa região criam um ambiente favorável, mas há muitos obstáculos a vencer. Pernambuco está virando a chave. Ficamos muito contentes com esses encaminhamentos que foram dados hoje, que são muito importantes porque eles vão direto nos gargalos que a gente tem observado e diagnosticado na apicultura de Pernambuco, então temos que ir diretamente nessas questões”, afirmou Renata.

Davi Calado, professor e coordenador do curso técnico de Agroecologia da Escola Estadual Governador Eduardo Campos em São Bento do Una e apicultor, comemorou a criação da Câmara Setorial. “Muito louvável a iniciativa, acho que ela nasceu de uma demanda da própria apicultura do Estado porque nós fomos ficando um pouco esquecidos, embora tenhamos uma capacidade grande na produção do mel e de subprodutos. A apicultura é, antes de tudo, uma filosofia de vida, porque se você chega no apiário e não se arrepia, está fazendo a coisa errada. A relação do apicultor com a abelha é recíproca, se não for assim não dá certo. Eu fico muito feliz com essa aproximação da academia com a produção, é essencial e tem tudo para ambas saírem fortalecidas”, disse.

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