Sua fonte de informação sobre os negócios do Nordeste

Sua fonte de informação sobre os negócios do Nordeste

Caminhoneiros com pauta política não convencem

Etiene Ramos Embora não tenha prosseguido, a paralisação açodada de parte dos caminhoneiros por uma pauta política, levantada pelo presidente Jair Bolsonaro, acendeu o farol alto para os efeitos que a instabilidade política traz para a economia. A despeito do pedido do presidente, a paralisação prosseguiu durante todo o dia de ontem em várias localidades […]
Etiene Ramos
Etiene Ramos
Jornalista

Etiene Ramos

Embora não tenha prosseguido, a paralisação açodada de parte dos caminhoneiros por uma pauta política, levantada pelo presidente Jair Bolsonaro, acendeu o farol alto para os efeitos que a instabilidade política traz para a economia. A despeito do pedido do presidente, a paralisação prosseguiu durante todo o dia de ontem em várias localidades do país e despertou as entidades ligadas aos caminhoneiros autônomos que não faziam coro ao protesto político para uma mobilização por uma pauta própria, que alivie os custos dos autônomos e das empresas de transporte de cargas.

Leia também: Bolsonaro pede liberação de rodovias aos caminhoneiros

PRF: após um dia de combate a bloqueios dos caminhoneiros, 35 pontos foram liberados

Gustavo Moraes, da Efficax Transportes: pauta equivocada não ganha projeção

Para Gustavo Moraes, diretor executivo da Efficax Transportes, empresa de logística com sede no Recife e atuação nacional na distribuição e armazenagem de insumos para a construção civil, o momento é de insegurança e perdas no setor. “Não tem como estar seguro, o setor de transportes é muito deficitário e vem sofrendo bastante por conta de todas as altas nos custos. Boa parte dos transportadores do Brasil estão numa fase complicada, está difícil”, declara Moraes. 

- Publicidade -

Depois do susto com a possível força da paralisação de ontem (8), o empresário observa que a pauta política pela derrubada do Supremo Tribunal Federal não representa as necessidades dos manifestantes e de empresários do setor. “Ao invés de reivindicar índices da cesta de frete, começando pelo combustível, pneus e peças, o movimento entra na contramão pela via política. Esse viés faz com que não ganhe maior projeção”, avalia Gustavo Moraes.

O economista e consultor empresarial Ricardo Di Cavalcanti compartilha da opinião. “Essa greve não irá continuar porque é uma pauta política, não tem como ir adiante porque esse tema não interessa aos caminhoneiros nem às transportadoras”, avalia.

Com a paralisação de ontem e o medo dos consumidores de ficar sem combustíveis, a rede Petroflex, do grupo da Efficax, vendeu o dobro do volume diário, mas hoje restabeleceu os estoques dos seus sete postos normalmente. O risco de desabastecimento, segundo Moraes, só existe se os caminhoneiros derem continuidade ao movimento por cerca de duas semanas. “Caso a paralisação ganhe proporções, ficaremos em dificuldades porque até os motoristas que não aderem não querem carregar os caminhões temendo ficar parados nas estradas. Não há movimentação de cargas, não há compra de combustíveis, é ruim para todos”, conclui.

Eleitor do presidente Bolsonaro em 2018, por ser anti-Lula, o empresário se diz hoje anti-Bolsonaro. “A confusão política atrapalha a economia. Se o presidente deixasse sua equipe trabalhar estaríamos em outro momento, mas ele quer centralizar tudo”, resume.

- Publicidade -
- Publicidade -

Mais Notícias

- Publicidade -