Caminhoneiros autônomos não descartam greve geral e marcam reunião em Suape

Lideranças da categoria no Brasil vão se encontrar no próximo sábado (11), no Porto de Suape, para debater os pleitos reais que divergem da pauta política expostas nos recentes protestos pelas rodovias federais Por Juliana Albuquerque A pauta política dos caminhoneiros intitulados bolsonaristas patriotas pode ir além do esperado. É o que aponta Marconi França, […]

Lideranças da categoria no Brasil vão se encontrar no próximo sábado (11), no Porto de Suape, para debater os pleitos reais que divergem da pauta política expostas nos recentes protestos pelas rodovias federais

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Por Juliana Albuquerque

A pauta política dos caminhoneiros intitulados bolsonaristas patriotas pode ir além do esperado. É o que aponta Marconi França, uma das lideranças em Pernambuco do movimento paredista de 2018. De acordo com ele, mesmo que a paralisação atual tenha cunho político, a depender do andamento, existe a possiblidade de se usar a situação atual para desenvolver um movimento similar ao de três anos atrás.

Caminhoneiro estão se organizando para reunião em Suape, no próximo sábado (Valter Campanato/Agência Brasil)

“Nesse momento estamos conversando com todos os representantes da categoria. Se for para brigar pelas pautas dos caminhoneiros, nós vamos aderir, mas se continuarem com politicagem, estamos de fora. E com certeza esse movimento que eles tão fazendo não ganhará forças”, argumenta França.

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Segundo ele, a pauta real de reivindicação da categoria envolve, entre outros pleitos, o retorno da aposentadoria especial da categoria aos 25 anos de trabalho; revisão da política de preços da Petrobras, além do julgamento da constitucionalidade do piso mínimo de frete.

Para dar força ao movimento, França afirma que no próximo sábado (11), vai se reunir com as entidades que representam de fato o interesse dos caminhoneiros autônomos no Brasil. “De hoje para amanhã, além do presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes e Logística (CNTTL),Carlos Alberto Litti Dahmer, que é presidente do Sinditac (Sindicato dos Transportadores Autônomos de Carga) de Ijuí-Rio Grande do Sul, estamos esperando outras lideranças da categoria de todo o Brasil. “Vamos nos reunir para conversar sobre essas pautas de fato importante para a nossa categoria. É uma mobilização com intuito de realizar um ato de categoria, não um ato político patrocinado por quem nos prejudica”, afirma Carlos Dahmer.

Ele ressalta que embora as notícias que circulam afirmem que os caminhoneiros autônomos pararam, a informação não procede. “Os caminhoneiros autônomos não pararam. O que aconteceu foi que, nesse movimento atual, ficaram presos no bloqueio os caminhões que estavam na via, mas nem todos concordam com a paralisação. Uma forma desse movimento político de fazer volume”, argumenta Carlos.

De acordo com ele, se o atual movimento fosse de categoria, a história seria diferente. “Temos que brigar pela melhoria, não em defesa de um governo A ou B. Não pode usar a categoria para mobilizar politicamente. Precisamos pensar na nossa sobrevivência, pois do jeito que está, a tendência é que os caminhoneiros autônomos desapareçam e a logística do País passe a ficar apenas nas mãos das grandes empresas de logística e a gente passe a ser empregado”, pondera.

Em nota, a Associação dos Caminhoneiros Autônomos (Abcam) afirma que não apoia qualquer movimento grevista ou de paralisação. “Nosso foco depois da greve de 2018 se tornou técnico e é desta forma que defendemos os nossos transportadores autônomos em suas necessidades e pautas dentro da lei”, afirma a entidade.

A Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA), não assumiu um posicionamento sobre os atos de protestos vivenciados desde o último dia 7 no País, contudo, por nota, afirma que “sempre estabelecera como premissa o diálogo, o respeito às leis, a ordem e o esforço conjunto, visando o desenvolvimento e o crescimento do País”.

Boletim

O Ministério da Infraestrutura, com base em informações da Polícia Rodoviária Federal (PRF), informa que, às 11h, desta quinta (9), são registrados pontos de concentração em rodovias federais de 14 estados, com interdições apenas em 5 estados: Bahia, Maranhão, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e Santa Catarina. Nos estados de Rio Grande do Sul, Paraná, Espírito Santo, Mato Grosso, Goiás, Tocantins, Rondônia, Pará e Roraima o trânsito está liberado, mas ainda há abordagem a veículos de cargas. Novos corredores logísticos essenciais liberados pela PRF entre 8h e 11h da manhã: BR-116/Bahia (Feira de Santana);BR-101/Bahia;BR-101/Sergipe; BR-101/Pernambuco (Igarassu);BR-116/Rio Grande do Sul (Vacaria) e BR-392/Rio Grande do Sul (Pelotas)

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