“Ainda é possível tirar proveito do período junino, mesmo sem festejos”, diz consultor

Da redação Sem mais um São João, economia de Pernambuco deixa de gerar novamente cerca de R$ 433 milhões de receitaEconomista da Fundação Dom Cabral afirma que, mesmo sem festas, setores produtivos devem aproveitar a temática e adotar estratégias para aquecer o mercado em junho Um dos principais destinos turísticos durante o São João, Pernambuco […]

Da redação

Sem mais um São João, economia de Pernambuco deixa de gerar novamente cerca de R$ 433 milhões de receita
Economista da Fundação Dom Cabral afirma que, mesmo sem festas, setores produtivos devem aproveitar a temática e adotar estratégias para aquecer o mercado em junho

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Um dos principais destinos turísticos durante o São João, Pernambuco sofrerá mais um ano com forte prejuízo econômico por causa do cancelamento das festas juninas em consequência da pandemia da Covid-19. Segundo o governo do estado, a perda deve ser em torno de R$ 433 milhões, considerando o total que deixará de circular em diversos setores, como comércio e serviços.

O número considera o montante arrecadado em 2019, último ano das comemorações antes da crise sanitária. Naquele ano, pequenos, médios e grandes empresários já comemoravam um aumento de 25% em relação a 2018. Ao todo, passaram pelo estado mais de 513 mil turistas para os arraiás de diversas cidades, como Caruaru, Gravatá, Arcoverde e Petrolina. Isso sem contar nos próprios moradores de Pernambuco, que se deslocam anualmente para aproveitar a data nos municípios do estado, principalmente no interior.

Horácio Forte, economista/Foto: divulgação

Para os empreendedores que dependem do São João ou têm na época o ápice das vendas, o rombo nas contas é inevitável, porém algumas estratégias podem ser adotadas por alguns gestores para reduzir os impactos. Segundo o economista Horácio Forte, presidente da H. Forte Soluções Educacionais, associada à Fundação Dom Cabral, é importante criar um ambiente junino no mercado, mesmo que não seja possível a realização das festas.

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“Os hábitos e as tradições merecem ser mantidos. É importante fomentar campanhas mercadológicas que sigam o calendário festivo. Dá pra ir de junho até agosto, por exemplo, mês em que é comemorado o Dia do São Caetano. Ou seja, em vez de 30 dias, trabalhe o tema em 90”, sugeriu.

De acordo com dados da Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco (Fiepe), o impedimento da realização de festas também prejudicou a geração de empregos durante o período junino em municípios pernambucanos. Antes da pandemia, cerca de 12 mil postos de trabalho diretos e indiretos eram criados em Caruaru, a maioria em virtude das comemorações do ‘Maior e Melhor São João do Mundo”, como é chamado o evento junino na cidade.

Em junho do ano passado, vários setores industriais relacionados direta ou indiretamente à festa também tiveram queda no faturamento. Segundo o levantamento da Fiepe, enfrentaram retração segmentos como os de metalurgia básica (-15,8%), materiais elétricos (-14,9%), e de celulose e papel (-10,2%).

Com a vacinação da população, há chances de que o São João volte a ser realizado com aglomerações no próximo ano. Para Horácio, no entanto, o processo de recuperação financeira só deve acontecer em dois ou três anos. “Acredito que o retorno econômico para esse segmento será em ‘U’, e não em ‘V’. Isso significa que será um processo mais lento, porém constante e progressivo”, concluiu.

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