A Sudene pôs fim a um jejum de 10 anos e reativou o Comitê Regional das Instituições Financeiras Federais (Coriff). Ele voltou a se reunir na última terça-feira (10), após o Conselho Deliberativo, o Condel, aprovar a ampliação dos seus membros. Agora, além de Banco do Nordeste, Caixa, Banco do Brasil e BNDES, o Consórcio Nordeste e a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) passam a integrar o Coriff.
A reativação do Coriff tem por propósito integrar os instrumentos de financiamento às políticas voltadas à redução das desigualdades regionais. A cada estado foi solicitado o envio de seis projetos estruturadores, 50% públicos e 50% privados. Eles passarão pelo filtro do Consórcio Nordeste. Já a Finep orientará a aplicação dos recursos em pesquisa e inovação para que sejam adequados às prioridades da região.
Danilo Cabral, superintendente da Sudene, disse que será criada uma matriz das linhas de crédito para financiamentos na região, de modo a identificar as lacunas e superposições de financiamentos e a possibilidade de realização de operações de crédito consorciadas.
A ativação do Coriff, segundo ele, se faz necessária diante da ampliação de recursos destinados à região pelo governo federal. Presente na reunião do comitê, a diretora Financeira e de Crédito Digital do BNDES, Maria Fernanda Coelho, destacou a ampliação em 196% no crédito para a região no primeiro semestre – salto de R$ 2,6 bilhões para R$ 7,7 bilhões.
O BNB também tem ampliado sua oferta. Este ano foram disponibilizados R$ 39,4 bilhões e em 2025 o volume deve alcançar R$ 47 bilhões. A Finep, que dispõe de R$ 20 bilhões em seu orçamento global para 2024, ampliou de 5% para 8% o percentual destinado ao Nordeste.
Para a economista Tânia Bacelar, a discussão fundamental é sobre o que patrocinar na região. Ela ressalta que o Nordeste mudou e a agenda de investimentos se renovou e se tornou mais complexa. Há oportunidades na nova agenda do Nordeste, com destaque para a urgente expansão da infraestrutura, a retomada da industrialização, a valorização das cadeias produtivas, promoção da economia regenerativa, a economia criativa e o turismo.
Sudene em nova fase
Fazia tempo que não se via na Sudene um esforço no desempenho de seu papel de indutor do desenvolvimento do Nordeste. Idealizada por Celso Furtado, no governo Juscelino Kubitschek, a Sudene foi perdendo seu protagonismo nos anos 90. As celebradas reuniões, com participação de governadores, ministros e parlamentares, foram se apagando, enquanto eclodiam denúncias de desvio do dinheiro público.
Em 2001, durante o governo de FHC, a Sudene foi substituída pela Agência de Desenvolvimento do Nordeste (Adene). Sem autorização para conceder renúncia fiscal em apoio a projetos de investimento, a agência não foi capaz de promover o desenvolvimento da região. Em 2007 foi extinta e a Sudene recriada.
Ao longo de sua trajetória, poucos superintendentes da Sudene ficaram mais do que quatro anos no cargo. Dos 29 que já passaram por lá, Celso Furtado (1959- 1964), José Lins Albuquerque (1974-1978), Valfrido Salmito Filho (1978-1984), General Nilton Rodrigues, (1994-1998) e Paulo Sérgio de Noronha Fontana (2008 a 2012) foram os mais longevos. Os demais ficaram alguns meses, outros dois ou três anos. Nestas condições fica realmente difícil planejar.
Arbitragem
O Centro de Arbitragem e Mediação da Câmara de Comércio Brasil-Canadá (CAM-CCBC) promove encontro de debates com a Advocacia Pública. Será no próximo dia 26, no Instituto Luiz Mario Moutinho.
Dia do Cliente
Neste fim de semana, o Shopping Costa Dourada, no Cabo de Santo Agostinho, promove a Semana do Cliente, com descontos de até 80% em lojas de vestuário, acessórios, perfumaria, alimentação e calçados. A ação marca o início das celebrações dos 15 anos do mall.
Fiepe
No dia 24 de setembro, a Casa da Indústria, sede da Fiepe, recebe a 10ª edição do Seminário de Energia Elétrica, Recursos Hídricos e Infraestrutura.
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