Sua fonte de informação sobre os negócios do Nordeste

Sua fonte de informação sobre os negócios do Nordeste

Varejo pede a Alckmin fim do uso do cartão para pagar apostas nas bets

Crescimento das apostas está levando diversos setores a sentirem queda no faturamento
Bets
Apostas nas bets crescem nas mesma proporção que os problemas/Foto: Paulo Goethe/ME

O vice-presidente Geraldo Alckmin se reuniu, nesta segunda-feira (23) com 12 entidades do varejo brasileiro para discutir, entre outras coisas, o fim imediato do uso de cartão de crédito para pagamento de apostas em jogos online, as chamadas bets.

O uso do cartão de crédito para pagamento das apostas só ocorreria em 2025 pela legislação vingente. O aumento dos gastos com jogos estaria endividando apostadoras e reduzindo o consumo de produtos como roupas, calçados, alimentos e bebidas.

Na última quinta-feira, as mesmas entidades divulgaram um manifesto no qual manifestaram o desejo de regras mais rígidas para as apostas, com fim do cartão, bem como se comprometeram a atuar pela regulamentação de publicidade e patrocínios das bets.

Os empresários defendem que as apostas devem ser submetidas às mesmas regras impostas às indústrias de tabaco e bebidas alcoólicas, por supostamente apresentarem potencial danoso. O Ministério da Saúde trabalha, ao lado da Fazenda, para criar um Grupo de Trabalho Interministerial que deve ter o jogo compulsivo como foco.

Segundo reportagem do jornal O Globo, uma das demandas apresentadas ao vice-presidente é que o governo adiante o veto ao uso de cartões de crédito para as apostas, segundo disse Edmundo Lima, diretor da Associação Brasileira do Varejo Têxtil (ABVTEX).

- Publicidade -

Lima informou que Alckmin se mostrou bastante sensível a essa questão. “Ele vai fazer uma reunião com outros ministros durante essa semana para avaliar as alternativas possíveis para endereçar as questões apresentadas”, disse.

Pix e bets

Também ao Globo, Oliver Tan Oh, representante da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit) disse ainda que há preocupações quanto aos aplicativos de intermediação de pagamento. Por meio dessas plataformas, o apostador poderia fazer um Pix, que, na verdade, seria somado ao valor da sua fatura de cartão de crédito, vinculado a um banco. Essa seria uma forma de burlar as regras construídas pela Fazenda.

A regulamentação das apostas online e jogos eletrônicos começou a ser elaborada pelo Ministério da Fazenda em 2023, com a publicação de uma lei, que foi seguida por várias portarias temáticas. Uma delas prevê, por exemplo, o veto ao uso do cartão de crédito, mas isso valeria apenas a partir de janeiro de 2025.

Vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin
O vice-presidente Alckmin demostrou ser favorável ao pleito/Foto: Antonio Cruz/Agêmcia Brasil

Inicialmente o governo havia estabelecido um prazo de transição, até o final do ano, para que as empresas se regularizem, mas o Ministério da Fazenda se antecipou e publicou uma portaria com a listagem das empresas consideradas legais. A Associação Nacional de Jogos e Loterias (ANJL) comemorou a mudança por considerar que esse adiantamento impede a atuação de operadoras sem responsabilidade.

As apostas estão disputando espaço com o consumo de alimentos, roupas, remédios, educação e serviços. O Itaú, por exemplo, estimou que os brasileiros movimentaram R$ 68 bilhões em jogos virtuais no acumulado de 12 meses até junho. O gasto líquido após a dedução do que os apostadores ganharam, foi de R$ 23,9 bilhões.

Leia também:

Clientela esvazia bares e restaurantes por causa das bets

PE terá 1ª fábrica de e-metanol do país, investimento de R$ 2 bi da European Energy

- Publicidade -
- Publicidade -

Mais Notícias

- Publicidade -