Nelore Myo ganha destaque na pecuária de corte nordestina

Por Juliana Albuquerque Uma nova linhagem de Nelore vem crescendo e chamando a atenção na pecuária de corte no Brasil – o Nelore Myo. Mais robusta e com aproximadamente 10% a mais de carcaça em relação à raça tradicional, essa linhagem vem sendo desenvolvida há 17 anos. Entrou no mercado em 2015 e vem ganhando […]

Por Juliana Albuquerque

Uma nova linhagem de Nelore vem crescendo e chamando a atenção na pecuária de corte no Brasil – o Nelore Myo. Mais robusta e com aproximadamente 10% a mais de carcaça em relação à raça tradicional, essa linhagem vem sendo desenvolvida há 17 anos. Entrou no mercado em 2015 e vem ganhando espaço a cada ano. com presença em 20 estados, cinco do Nordeste – Maranhão, Sergipe, Bahia, Alagoas, Paraíba e Pernambuco.

- Publicidade -

“Na pecuária de corte brasileira, o Nelore predomina. O nosso objetivo foi realizar cruzamentos guiados por testes de DNA entre as raças Nelore e Belgian Blue para criar uma linhagem com todas as vantagens da raça Nelore como rusticidade, adaptabilidade e fertilidade. Porém, que tivesse a variante no gene da miostatina, que faz o gado ser mais musculoso, com melhor desempenho em ganho de peso e rendimento de carcaça maior que o nelore tradicional”, explica o médico veterinário, doutor em reprodução animal, Rodrigo Alonso, à frente do projeto desde 2004

Segundo ele, a mesma qualidade da carne do nelore tradicional pode ser conferida na linha Myo da raça. “Usamos nossos touros homozigotos (AA) para acasalamento com as matrizes Nelore Padrão (aa). Dessa forma, nas propriedades dos nossos parceiros multiplicadores voltados para a produção de gado de corte, 100% dos bezerros nascem heterozigotos (Aa), que apesar de apresentarem maior musculatura do maior rendimento de carcaça, a qualidade da carne é igual ao Nelore Tradicional”, complementa o veterinário.

Embora um cientista por formação, Alonso não ignora o crescimento e o potencial do mercado da linhagem especial que está desenvolvendo há quase duas décadas, assumindo a linha de frente desse mercado que considera promissor e com crescimento exponencial ao longo dos próximos anos.

- Publicidade -
Nelore Myo. Foto: Bruno Coradini

“Só em Pernambuco, nosso maior parceiro na região Nordeste, já são mais de cem cabeças de gado Nelore Myo, entre touros e matrizes. No Brasil, entre 2020 e 2021, nós disponibilizamos aproximadamente 20 mil doses de sêmen para mais de 180 fazendas. Portanto, temos na faixa de 10.000 bezerros nascendo esse ano”, revela Alonso.

Com o uso da tecnologia de Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF), segundo ele, é possível levar o Nelore Myo para as fazendas dos parceiros com excelente custo-benefício. “Nos últimos anos, o Brasil cresceu muito na utilização das tecnologias reprodutivas nas fazendas, mas uma das maiores limitações ainda é a falta de mão de obra qualificada para atender às regiões mais distantes, como as cidades do interior do Nordeste”, afirma.

“A adoção de novas tecnologias e a profissionalização da gestão nas fazendas de pecuária de corte é de fundamental importância para o aumento da lucratividade do setor. O pecuarista que não se ajustar a isso, corre grande risco de sair do mercado”, diz o médico veterinário.

Evento

Para falar um pouco sobre o mercado do Nelore Myo, Rodrigo Alonso vem a Pernambuco no próximo dia 4 de dezembro. Ele fará palestra no Rancho Dedé de Zulu, em Serra Negra, na cidade de Bezerros, para esclarecer as dúvidas e curiosidades sobre o Nelore Myo num grande encontro com criadores de Pernambuco e demais estados do Nordeste.

- Publicidade -
- Publicidade -

Mais Notícias

- Publicidade -