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No bilionário mercado equino, Nordeste dá salto e atrai gigante da saúde animal

Demanda na região cresce 13,5% em 2024, acima da média nacional, e reforça potencial do setor para grandes empresas como a Vetnil, líder em medicamentos e suplementos para o rebanho equino
mercado equino Nordeste Vetnil
O setor equino brasileiro emprega cerca de três milhões de pessoas e movimenta R$ 30 bilhões por ano, Foto: Gustavo Meca/Texto Comunicação

VINHEDO (SP) – Registrando crescimento anual superior ao Produto Interno Brasileiro, o mercado de equinos segue em ascensão no país, com o Nordeste se consolidando como uma das regiões mais estratégicas para um setor que movimenta R$ 30 bilhões anuais. De acordo com dados do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Saúde Animal (Sindan), a demanda por produtos veterinários para cavalos na região cresceu 13,5% no acumulado de 2024, superando a média nacional e reforçando o potencial do setor.

A Vetnil, líder no segmento de medicamentos e suplementos para equinos, vem ampliando sua presença no Nordeste, com novos investimentos e fortalecimento da rede de distribuição. “O Nordeste é um dos mercados mais importantes para a Vetnil, tanto no segmento pet quanto no equino. O crescimento é constante, e o público consumidor está cada vez mais exigente”, afirma Cristiano Sá, diretor de marketing e novos negócios da companhia que tem fábrica e Centro de Distribuição na cidade de Louveira, em São Paulo.

Entre os produtos voltados para o mercado nordestino destaca-se o Tonnus Vq JCR, suplemento formulado para animais atletas de vaquejada de alta performance. O produto foi desenvolvido após pesquisas de campo, visitas a competições e entrevistas com vaqueiros para compreender as necessidades específicas dos cavalos de competição.

A cultura equestre da região tem impulsionado esse crescimento, com a realização de eventos como vaquejadas, provas de tambor, hipismo e cavalgadas. “O que vemos no Nordeste não é apenas um mercado de negócios, mas um setor onde a tradição e a cultura têm um papel fundamental. A participação familiar em eventos equestres fortalece o setor e aquece naturalmente a demanda por produtos de alto desempenho”, destaca Sá.

Cristiano Sá, diretor de marketing e novos negócios da Vetnil São Paulo
Cristiano Sá, diretor de marketing e novos negócios da Vetnil, destaca a cultura equestre do Nordeste como motivador de bons negócios. Foto: Gustavo Meca/Texto Comunicação

Brasil possui o quarto maior rebanho equino do mundo

O Brasil conta com aproximadamente 5,8 milhões de equinos, sendo o quarto maior rebanho do mundo, atrás apenas da China, México e Estados Unidos. O setor emprega cerca de três milhões de pessoas, consolidando-se como uma das indústrias de maior crescimento dentro do agronegócio brasileiro.

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De acordo com Bruno Ribeiro, sócio-conselheiro da Vetnil, o crescimento do mercado equino tem superado o desempenho da economia nacional. Enquanto o PIB do Brasil cresceu cerca de 3%, o setor equino apresentou uma taxa de crescimento anual de 10% a 14%, refletindo a expansão da atividade e o aumento do consumo de produtos veterinários específicos para equinos.

A importância econômica do setor equino se reflete na demanda crescente por produtos de alta qualidade e na profissionalização de criadores e treinadores. Esse cenário favorece empresas como a Vetnil, que investem em inovação e no desenvolvimento de soluções para a saúde e performance dos cavalos.

Criador de cavalos, Bruno Ribeiro aponta a crescente profissionalização do setor e a demanda por produtos de alta qualidade. Foto: Gustavo Meca/Texto Comunicação

Nordeste concentra mais de 1,3 milhão de equinos, com Bahia na liderança

Dados do IBGE (2022) apontam que o Nordeste possui um plantel de 1.343.865 equinos, representando uma parcela significativa do rebanho nacional. A Bahia lidera com 443.725 cavalos, seguida por Maranhão (257.423), Pernambuco (133.605) e Ceará (131.173).

No que se refere à participação no mercado de saúde equina, o Nordeste responde por 18,93% da demanda nacional, ficando atrás apenas do Sudeste (43,13%). Os estados que registraram maior crescimento na demanda em 2024 foram o Rio Grande do Norte (+27,98%), a Bahia (+19,95%) e o Piauí (+17,64%). No entanto, Sergipe foi o único estado da região a apresentar queda (-1,42%), enquanto Pernambuco registrou crescimento moderado de 3,42%.

Além disso, a presença de diferentes raças equinas reforça a importância do setor na região. O Quarto de Milha tem se expandido no Nordeste, principalmente em fazendas e competições, devido à sua agilidade e resistência. O Mangalarga Marchador e o Campolina também ganham espaço, mas o Cavalo Nordestino segue sendo a principal raça da região, graças à sua adaptação ao clima semiárido e sua longa história na cultura local.

“O mercado equino na região tem se fortalecido rapidamente. O envolvimento com a cultura do cavalo e o aprimoramento das práticas de manejo e nutrição impulsionam o consumo de produtos veterinários. Além disso, a profissionalização dos criadores e treinadores tem elevado o nível de exigência por produtos de alta qualidade”, analisa Bruno Ribeiro.

Vetnil fortalece atuação e aposta na expansão regional

Fundada em 1994, a Vetnil consolidou-se como líder nacional no segmento equino, com um modelo de negócios voltado para inovação e expansão. A empresa ocupa 29% do mercado de saúde animal, com forte presença nos segmentos pet e equino. A companhia exporta para 17 países, mas mantém o foco no Brasil.

“O Nordeste sempre esteve no nosso radar, mas o crescimento recente da região reforça o potencial do mercado. Nosso objetivo é manter a liderança e ampliar ainda mais nossa presença nos polos equestres da região”, explica Bruno Ribeiro.

Para atender à crescente demanda, a empresa tem investido na modernização de sua estrutura, incluindo a construção de um novo CD, localizado em Louveira, São Paulo, e a ampliação da linha de produção.

A Vetnil também utiliza o Haras BH, localizado em Vinhedo, São Paulo, como um laboratório para aprimorar seus produtos e garantir a eficácia das formulações. “Nosso haras é um centro de referência, onde acompanhamos de perto o desempenho dos produtos. Essa interação direta com o setor é essencial para mantermos nossa posição de liderança”, explica Ribeiro.

Patentes e inovação no setor de saúde animal

O desenvolvimento de novos produtos veterinários exige altos investimentos e longos períodos de pesquisa e testes. De acordo com Bruno Ribeiro, a Vetnil não trabalha atualmente com patentes próprias, mas investe em associações inovadoras de componentes, criando soluções adaptadas às necessidades do mercado brasileiro.

“Uma patente exige inovação tecnológica inédita e um processo de registro complexo, que pode levar até 10 anos. No setor veterinário, os custos de desenvolvimento são elevados, tornando o processo mais desafiador”, explica Ribeiro.

Além disso, a empresa precisa considerar fatores climáticos e de regulamentação para garantir a eficácia e estabilidade dos produtos no Brasil. “Muitos produtos desenvolvidos na Europa, por exemplo, precisam ser reformulados para se adequarem às condições brasileiras de temperatura e umidade”, completa.

As entrevistaa com os representantes da Vetnil ocorreu durante encontro com jornalistas de 14 estados no Haras BH, em Vinhedo (SP). O evento fez parte do Road Show promovido pela Texto Comunicação, em que o Movimento Econômico acompanhou como único veículo de comunicação do Nordeste.

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