Agência Brasil*
O projeto surgiu a partir de um edital da Enel, que é a companhia energética do estado, no qual a instituição foi contemplada
Pesquisadores da Universidade Federal do Ceará (UFC) desenvolveram um equipamento de proteção de veículos que, acoplado aos postes de iluminação, amortece o impacto das batidas. O projeto surgiu a partir de um edital da Enel, que é a companhia energética do estado, no qual a instituição foi contemplada.
Somente em 2020, 1.363 postes de energia elétrica foram danificados no Ceará devido a colisões envolvendo veículos automotores. Mesmo com o isolamento social ocasionado pela pandemia de covid-19, o número foi 13% superior ao verificado em 2019, de acordo com dados da ENEL, companhia responsável pelo fornecimento de energia no Estado. Considerando apenas Fortaleza e região metropolitana, o aumento foi ainda maior, de 25%, com 795 postes avariados
A Enel chegou a criar um dispositivo próprio, feito de concreto e areia, mas o poder público questionou a estética do produto e o comprometimento na acessibilidade das calçadas.
Quem liderou o projeto na UFC foi o professor Augusto Albuquerque, do Departamento de Engenharia Estrutural e Construção Civil. Ele explica que o equipamento de proteção, chamado de defensa, é feito de plástico.
O resultado foi uma defensa com camada externa de plástico, preenchida com 50% de poliuretano (material sólido com textura semelhante à espuma) e 50% de raspas de pneu, misturados no momento da aplicação
O professor falou ainda sobre a importância desse protetor para diminuir a gravidade dos acidentes nos ocupantes dos veículos.
“A ideia principal é salvar vidas. Porque quando você gera um amortecimento, parte da energia que seria absorvida pelo corpo humano, pelo poste, vai ser absorvida no amortecimento. Então, ao dissipar essa energia, você está também reduzindo o impacto no ser humano.”
Além disso, o equipamento reduz a destruição de postes porque amortece o impacto das batidas. Esses protetores são diferentes dos conhecidos guard rail e guarda corpo, que ficam em estradas, como explica o professor Augusto:
“A diferença é que o guard rail, ou as defensas tradicionais de estrada, são feitas para quebrarem com o impacto. O carro diminui a energia, mas só que geralmente essas defensas tem uma área de escape, e parte da energia continua sendo dissipada quando o carro vai entrando na área de escape. No caso do poste, a gente não tinha essa possibilidade. A defensa fica acoplada a um material com o qual o carro vai se chocar”.
A nova defensa recebeu uma patente, entregue pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI), aos pesquisadores da Universidade Federal do Ceará e a Enel.
*Com informações da Agência UFC