Município ajuda o Ceará a se manter como um dos maiores produtores de moda íntima do país
Por Gabriel Albuquerque*
De Frecheirinha (CE) – A cidade de Frecheirinha, a 288 km de Fortaleza, conhecida como a capital da lingerie no Ceará, mantém sua produção aquecida, apesar do entrave da pandemia. O saldo foi positivo para a indústria da moda íntima na região, com crescimento de 30% nos últimos 12 meses. A expectativa para 2022 é de alta de 15% na produção. O setor movimenta cerca de R$ 30 milhões na região.
“Devido ao aumento do preço de matéria-prima e de outros produtos de necessidade básica, nossa projeção de crescimento é conservadora, ficamos em 15%”, disse Thiago Hardy, Presidente da Associação dos Confeccionistas de Frecheirinha (Ascof).
O polo reúne mais de vinte fábricas e só fica atrás de Nova Friburgo, região serrada do Rio de Janeiro, conforme dados da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit). Funciona como um grande shopping de lingerie, onde se encontra de tudo: calcinhas, sutiãs e corseletes das mais variadas cores e modelagens.
O polo mudou a economia do município, que até duas décadas atrás tinha sua vocação focada no agronegócio. Hoje, as indústrias locais abastecem prateleiras de lojas de estados como São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Bahia, Pará e Amazonas.
Essa indústria exerce forte poder econômico e cultural na cidade. Dos 15 mil habitantes, mais de 4 mil trabalham nas fábricas, nas mais diversas funções, que vão de costureiras, vendedores, secretárias, televendas, social media e entre outros.
A Parisi Lingerie, inaugurada em 2017, é uma das maiores empresas locais. De acordo com Maria Helena, sócia-diretora, a indústria emprega 400 pessoas. Na cidade são duas lojas físicas, com filiais em outras cidades nordestinas, como Teresina e Picos, (PI), São Luís (MA), Arapiraca (AL), Campina Grande (PB), entre outras.
A Parisi segue a estratégia da verticalização, produção completa na fábrica, gerando cerca de R$ 1 milhão de faturamento por mês, só em Frecheirinha. Ela responde por quase 3% de participação do lucro total dessa região do norte cearense. E se engana quem pensa que houve diminuição do lucro na pandemia. “O melhor período de lucro foi na pandemia, onde nós crescemos cerca de 80% nas vendas.”, frisou Maria Helena.
*Especial para o Movimento Econômico