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Masterboi adere a boicote e suspende fornecimento de carne ao Carrefour

Só a Masterboi vendia cerca de 250 toneladas de carnes para as 80 lojas do grupo, que inclui as bandeiras Carrefour, Atacadão e Sam’s Club
carne
Carne. Foto: Divulgação

O frigorífico Masterboi parou de fornecer carnes para o Grupo Carrefour Brasil, aderindo ao boicote nacional contra a rede francesa. A medida é uma retaliação às declarações do CEO global do grupo, Alexandre Bompard, que disse que a varejista não vai mais comercializar nenhuma carne proveniente do Mercosul, já que esses produtos “não atendem às exigências e normas francesas.” 

A declaração causou profundo mal estar entre os frigoríficos brasileiros, que assinaram nota conjunta divulgada na noite de quinta-feira (21): “Se o CEO global do Grupo Carrefour entende que o Mercosul não é fornecedor à altura do mercado francês, as entidades abaixo assinadas consideram que, se não serve para abastecer o Carrefour no mercado francês, não serve para abastecer o Carrefour em nenhum outro país”. 

Além da nota, as indústrias nacionais de carne suspenderam o abastecimento de todas as lojas do Grupo Carrefour no Brasil.  As declarações de Bompard teriam sido dadas a uma entidade do agronegócio francês. Além da Masterboi, outros grandes frigoríficos como JBS e Marfrig já pararam de atender todas as lojas da companhia no Brasil. 

Só a Masterboi vendia cerca de 250 toneladas de carnes para as 80 lojas do grupo, que inclui as bandeiras Carrefour, Atacadão e Sam’s Club. “Queremos retratação. Sem retratação, o Carrefour ficará desabastecido”, disse um fonte ligada à empresa pernambucana. 

Crise da carne

O Carrefour vem tentando agradar os agricultores franceses. Segundo Brazil Journal, o pano de fundo da declaração de Bompard é o acordo de livre comércio do Mercosul com a União Europeia, assinado em 2019, mas que não foi até agora  implementado. Isso deve ocorrer em 6 de dezembro, na próxima reunião do Mercosul, o que tem gerado protestos da França e outros três países da União Europeia, dentre os 27 que compõem o bloco. 

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Os agricultores franceses são subsidiados e têm um custo alto de produção. Já a carne do Mercosul tem uma competitividade muito maior, em parte pelas características geográficas da região. Desde segunda-feira os agricultores franceses têm feito manifestações, bloqueando estradas e queimando equipamentos públicos para pressionar o Governo contra o acordo do Mercosul com a UE. 

O argumento dos produtores franceses é que eles pagam altas taxas e têm condições comerciais desfavoráveis ao mesmo tempo em que os produtos da América Latina entram com preços mais baixos — segundo eles, porque os padrões ambientais do Mercosul são menos rigorosos.

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