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Braskem suspende preenchimento de mina após registrar desnível de solo

Mina 27 fica submersa na Laguna Mundaú e técnicos detectaram desnível no solo; Defesa Civil monitora área
Maceió
Área da Mina 27, da Braskem, fica submersa na Laguna Mundaú, em Maceió. Foto: Thiago Sampaio/Agência Alagoas

A Braskem suspendeu as operações de preenchimento de uma das minas, a de número 27, após ser detectado um desnível no local. A Defesa Civil de Maceió irá monitorar a área por pelo menos 30 dias para afastar a possibilidade de instabilidade no local.

A Mina 27 fica localizada numa região próxima ao antigo Hospital Psiquiátrico José Lopes, entre os bairros de Bebedouro e Bom Parto, e fica submersa na laguna Mundaú.

Segundo informou a Braskem por meio de nota, foi identificado um desnível superficial no solo em um ponto do canteiro de operações de preenchimento e que as operações no entorno da mina 27 foram suspensas preventivamente para que sejam realizadas avaliações técnicas.

Ainda segundo a nota, a Braskem afirma que “As autoridades foram devidamente comunicadas, e as demais ações previstas no Plano de Fechamento de Mina seguem em andamento. O sistema de monitoramento permanece sendo acompanhado normalmente, de forma ininterrupta, e não há registro de atividades microssísmicas atípicas na região, neste momento”, diz trecho do comunicado.

A Defesa Civil de Maceió confirmou que acompanha a situação no local e está realizando o devido monitoramento e que até o momento, nenhuma atividade microssísmica foi detectada na região decorrente do desnível detectado.

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Mina colapsou

Em 10 de dezembro do ano passado, a Mina 18, localizada às margens da Laguna Mundaú colapsou. O rompimento foi menor que o esperado e causou um redemoinho nas águas da Laguna com um afundamento no solo ao redor que chegou a 2 metros.

A situação de afundamento do solo nesta região foi monitorada por diversos órgãos ambientais por conta da aceleração do afundamento, o que levou à desocupação de imóveis e até um hospital localizado no bairro do Sanatório por conta dos riscos que havia caso houvesse o rompimento da mina e consequentes tremores de terra e novos desabamentos.

A exploração de sal-gema em Maceió teve início na década de 70 e trouxe sérios problemas para a cidade. Após fortes chuvas em 2018, um forte tremor de terra foi sentido no bairro do Pinheiro, que deu início às rachaduras em diversos imóveis. Ao todo, cinco bairros foram afetados e mais de 60 mil pessoas tiveram que deixar suas casas e imóveis.

Segundo o Serviço Geológico do Brasil (CPRM), a exploração de 35 minas de sal-gema pela Braskem foi a responsável por deixar milhares de pessoas desabrigadas e transformar bairros antes movimentados e populosos em lugares praticamente desertos.

A Braskem suspendeu as atividades no município em novembro de 2019. A companhia diz atuou por 17 anos em Maceió, “respeitando todas as normas técnicas e exigências regulatórias”.

Leia mais: MPF cobra explicações da Braskem após mancha aparecer na Laguna Mundaú

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