Com a estiagem que provocou a redução do volume de água dos reservatórios das hidrelétricas do Centro-Sul do País, várias térmicas têm sido acionadas para gerar energia. Nesta quinta-feira (03), a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) autorizou a retomada da operação comercial de três unidades geradoras da termelétrica Termopernambuco, localizada no Complexo de Suape, no município de Ipojuca, no Grande Recife (PE).
Serão acionadas três unidades de geração da Termopernambuco que têm, conjuntamente, 550 MW (megawatts) de potência instalada. São dois turbogeradores com 166,96 MW cada e um com 216,06 MW. No mês de maio último, as atividades da Termopernambuco foram suspensas devido ao término de contrato de suprimento de combustível firmado com a Petrobras S/A, de acordo com informações da Aneel.
A retomada da operação comercial da Termopernambuco permite a antecipação do contrato de potência da usina aprovado pela diretoria da Aneel em 24 de setembro passado. A térmica assinou um novo contrato de suprimento do gás com a empresa Eneva que tem validade até 30 de junho de 2026.
Termopernambuco e a conta dos pernambucanos
A conta de energia já está mais cara por conta das térmicas que estão gerando mais energia. Isso ocorre porque as térmicas produzem energia a partir da queima do gás natural ou do diesel. A entrada em operação da Termopernambuco agora será cobrada, no reajuste anual do próximo ano, nas contas de luz de todos os brasileiros, assim como as demais térmicas ligadas ao Sistema Interligado Nacional (SIN).
A construção da térmica em Suape foi estabelecida no contrato de concessão do governo de Pernambuco – que controlava a antiga Celpe – com o Grupo Neoenergia. Na época, houve uma grande estiagem que atingiu os reservatórios das hidrelétricas do Rio São Francisco. A térmica era vista como a solução pra não faltar energia, caso ocorresse outra seca.
A Termopernambuco assim como a distribuidora dos pernambucanos também pertence ao Grupo Neoenergia. Pelo contrato de concessão firmado em 2000, toda energia produzida pela térmica era, obrigatoriamente, vendida à Neoenergia Pernambuco até maio deste ano, quando acabou esta obrigação contratual.
A compra da energia da Termopernambuco pela Neoenergia Pernambuco – antiga Celpe – foi uma das responsáveis pela alta da conta de luz dos pernambucanos por muitos anos. No cálculo do reajuste tarifário deste ano, a retirada da compra de energia da Termopernambuco à distribuidora resultou em quase 5% a menos no cálculo (do reajuste anual).
*Com informações da Aneel
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