O Porto de Itaqui (MA) prepara expansão do Terminal de Grãos do Maranhão, o Tegram. Esse terminal recebe 97% de toda a produção de grãos da região do Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia). A decisão de investimentos, que prevê aportes de R$ 1,5 bilhão em 18 meses, se justifica pela expansão na produção de grãos.
Levantamento feito pela agência Safras & Mercado para o Consórcio Tegram-Itaqui aponta para um aumento significativo na produção de soja na região do Matopi (Maranhão, Tocantins e Piauí), além de parte do Mato Grosso.
A previsão é de um aumento de 8 milhões de toneladas de soja (+36,1%), levando a produção para 29,9 milhões de toneladas. Hoje, a produção de soja brasileira está em 163,2 milhões de toneladas e deve crescer 19,1%, saltando para 194,5 milhões de toneladas na safra 2032/2033.
Na região do Matopi, o estudo prevê também aumento na produção de milho, de + 4,6 milhões de toneladas, totalizando 17,8 milhões de toneladas (+ 34,5%). Isso contribuirá para que a produção nacional de milho cresça 14,3%, saindo de 137,4 milhões para 157 milhões de toneladas.
O farelo de milho também terá crescimento de 9,1% na região e somará 1,9 milhão de toneladas; enquanto o aumento no país deve ser de 5,6%, somando 42,7 milhões de toneladas.
Itaqui precisa expandir
Em entrevista ao Estadão, o presidente do Consórcio Tegram-Itaqui, Marcos Pepe Bertoni, disse que os números reforçam a importância de investimentos em infraestrutura para escoar a produção do Arco Norte brasileiro. “Se não tiver expansão do terminal, os produtores não conseguirão exportar o excedente”, disse. Segundo ele, 73% dos grãos embarcados no Porto de Itaqui vão para a China e 8% para a Europa.
O investimento aguarda a autorização do Ministério dos Portos para que a obra da terceira fase comece. O projeto inclui construir um terceiro berço de atracação, com capacidade para até três navios simultaneamente, além da ampliação dos silos e armazéns.
A previsão é de que o terminal aumente a capacidade total em 30%, ou em 8,5 milhões de toneladas embarcadas. A ideia é passar dos atuais 16 milhões para 23,5 milhões de toneladas de grãos por ano e de 500 mil para 800 mil toneladas a capacidade estática dos armazéns.
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