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Fenearte: Rede solidária garante espaço para diversidade

Os estandes de instituições e associações permitem que mais artesãos participem da Fenearte em estandes coletivos
Estande do Instituto Dimitri Andrade que conta com a participação de adolescentes e adultos autistas na 24ª edição da Fenearte: Foto: Divulgação/ IDA

A 24ª edição da Feira Nacional de Negócios do Artesanato (Fenearte) tem uma rede solidária formada por mais de 18 instituições que atuam na área social, de saúde, de apoio a neurodivergentes, entre outras. A área das “Rede Solidárias” fica próxima à Praça de Alimentação no evento que acontece até o dia 14 de julho no Centro de Convenções de Pernambuco, em Olinda.

“Na Fenearte, a gente tenta representar a diversidade e pluralidade do Estado de Pernambuco como um todo. Tem os artistas individuais que passam por uma curadoria e adquirem o espaço. As prefeituras e as associações das redes solidárias fazem com que um número maior de artesãos participem da Fenearte em espaços coletivos”, comenta a diretora executiva da Fenearte, Camila Bandeira.

Uma dos estandes que fazem parte da Rede Solidária é o do Instituto Dimitri Andrade, que vai comercializar produtos feitos por mãe e pai atípicos que serão vendidos por adolescentes e adultos autistas. As peças do estande são produzidos pelo ceramista Cláudio Neves e pela artesã Patrícia Melo, pai e mãe atípicos. Entre os produtos que serão expostos e vendidos estão as peças utilitárias e decorativas de cerâmica que fazem parte da coleção “Inclusão”, produzida por Cláudio, pai de Maya, especialmente para o evento, como vasos decorativos, manteigueira francesa, pratos, molheiras e boleiras.

Entre as peças a serem vendidas, está a xícara disponível em vários tons de azul com alça no formato de um quebra-cabeça, feita em homenagem a Dimitri Andrade, adolescente com autismo, razão principal da fundação do Instituto Dimitri Andrade. “Na minha relação com o diagnóstico de autismo da minha filha, eu aprendi a valorizar a cada dia o que parece pequenas conquistas. É gratificante participar da feira relacionando duas áreas que são importantes na minha vida: meu trabalho com cerâmica e a inclusão. Essa coleção que foi criada para Fenearte é exclusiva e 30% do valor arrecadado será repassado ao Instituto para que ele siga beneficiando outras famílias. Meu desejo é que outras famílias possam ser ajudadas como nós fomos”, afirma o ceramista Cláudio Neves.

Ainda no estande, também podem ser encontradas peças de artesanato decorativo em mdf, como caixas para joias, maquiagem, chás, porta retratos produzidas pela artesã Patrícia Melo, mãe de Vitor, adulto com autismo. Patrícia encontrou no artesanato uma forma de autocuidado e de terapia após o diagnóstico do seu filho e criou a marca L’artisane. O trabalho permite que ela empreenda de casa e consiga acompanhar com proximidade o tratamento do seu filho. “Cada peça é uma vitória e carrega a minha jornada de aceitação, os desafios singulares de uma mãe atípica”, diz a artesã Patrícia Melo.

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Os colaboradores do Instituto Dimitri Andrade estarão presentes no estande para divulgar informações e tirar dúvidas sobre o autismo, além de vender camisas temáticas e livros sobre o autismo, inclusão e métodos. O estande do Instituto também pretende chamar a atenção para a necessidade de inclusão de pessoas autistas no mercado de trabalho. No mundo, são mais de 75 milhões de pessoas – com 18 anos ou mais – que são autistas, segundo o Center for Disease Control and Prevention dos Estados Unidos (CDC, em inglês). E 85% deles estão desempregados, de acordo com o portal Autismo Speaks.

“Prezamos sempre por levar as terapias para além dos consultórios. Nossos adolescentes e adultos com autismo serão os vendedores da loja do Instituto Dimitri Andrade e, desta forma, buscamos promover sociabilidade, inclusão e emprego apoiado. Lugar de autista é onde ele quiser estar e a pessoa autista pode trabalhar se forem oferecidos os apoios de que precisa, eliminando as barreiras, o que faz crescer a autonomia e a produtividade na função”, explica a psicóloga especialista em autismo Frínea Andrade, fundadora diretora do Instituto Dimitri Andrade.

Bolsa que faz parte da Coleção “Capiba”, que fica no estande da Casa de Maria, na área das Redes Solidárias, da Fenearte. Foto: Divulgação

Ainda na área das redes solidárias, a Casa de Maria, do projeto Aria Social, marca presença mais uma vez no evento com clássicos da sua coleção “Capiba”, assinada pela designer Luly Vianna, inspirada no aclamado musical “CAPIBA, pelas ruas eu vou”, produzido pelo Aria Social. As artesãs do projeto social também vão lançar produtos inspirados na temática da feira e uma linha natalina com opções exclusivas e inéditas, que vão desde bolas e arranjos para a árvore de Natal, até adornos e utensílios para o lar, como suporte e arranjo de mesa, porta guardanapos, sousplats, dentre outros. As peças são produzidas por 50 artesãs da Casa de Maria. O estande está localizado na Rua 18, número 409, em frente ao Sebrae. 

As artesãs da Casa de Maria já estão produzindo os itens natalinos, nas cores verde, vermelho, bege e dourado. “Além de anteciparmos as vendas natalinas, essa linha inédita estará vinculada à nossa tradicional Cantata de Natal, que este ano vai ter uma abrangência maior que em anos anteriores”, explica a curadora do projeto, Cecília Brennand. A Cantata de Natal celebra, anualmente, o encerramento do trabalho realizado pelo projeto Aria Social e demonstra as habilidades adquiridas na dança, na música e no teatro pelos alunos do projeto, que há mais de três décadas transforma vidas por meio da arte e da educação. 

O estande tem opções para todos os gostos e bolsos com capas para notebook, bolsas, bijuterias e até vasos, que variam entre R$ 35 e R$350. A expectativa da instituição é aumentar as vendas em 30%, em relação ao ano passado, com produtos a preços acessíveis. “O artesanato não só é uma forma de expressão cultural, mas também pode ser uma fonte de sustento e empoderamento para muitas mulheres. Essa será uma experiência de moda, solidariedade e beleza que envolverá mais uma vez as mães dos nossos alunos”, conta Cecília. 

“Estamos muito felizes com a chegada da Fenearte. Fizemos os produtos com muita qualidade, esforço e amor. Nossa expectativa é vender tudo e firmar parcerias. Esse trabalho foi feito pensando no tema central do evento, mas inovando com uma linha exclusiva natalina e mantendo a nossa identidade”, explica Jaísas Lima, uma das artesãs da Casa de Maria, que também é mãe de um aluno do projeto Aria Social. 

Fenearte, a festa do artesanato

A expectativa dos organizadores é de que esta edição feche negócios de cerca de R$ 52 milhões e 315 mil visitantes passem pela feira até o dia 14 de julho. O evento terá exposições, oficinas, concursos e desfiles de moda, apresentações musicais e outras atividades, além dos estandes de vendas. 

Os ingressos podem ser adquiridos online pelo site https://www.evenyx.com/24a-fenearte. Os ingressos custam R$ 6 (meia-entrada) e R$ 12 (inteira) de segunda a quinta-feira; e R$ 8 (meia-entrada) e R$ 16 (inteira) às sextas-feiras, sábados e domingos.

Os visitantes da feira também poderão usar quatro rotas de traslados gratuitos que vão sair – e voltar – para os seguintes shoppings: Tacaruna, RioMar, Patteo e Recife, funcionando de segunda a sexta-feira, das 13h30 às 22h30. Aos sábados e domingos, das 9h30 às 22h30. Com exceção do Tacaruna, que tem intervalo de 15 minutos, os demais shoppings terão o serviço a cada meia-hora.

*Com informações do Aria Social e do Instituto Dimitri Andrade

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