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João Campos repete estratégia do pai, 12 anos depois

Prefeito do Recife e candidato à reeleição, João Campos repete a ação do seu pai, Eduardo Campos, de ter opções de nomes para um cargos

Tal pai, tal filho. No apagar das luzes do prazo de filiação para quem vai disputar as eleições de outubro, dois dos principais secretário do prefeito do Recife, João Campos (PSB), se filiaram a dois partidos aliados. O secretário de Planejamento, Gestão e Transformação Digital, Felipe Matos, ingressou no Republicanos. Já a secretária de Infraestrutura, Marília Dantas, foi para o MDB. Esses dois nomes se somam aos vários secretários que já fazem parte do PSB. Doze anos depois, João Campos repete a estratégia diversionista do seu pai, Eduardo Campos, de abrir o leque de possibilidades para a indicação para um cargo.

Em 2012, o então governador Eduardo Campos, apostou no nome de Maurício Rands para ser o candidato do PT à sucessão de João da Costa, que poderia disputar a reeleição e foi para as prévias com Rands. A disputa foi tão confusa, tão cheia de acusações fraudes, que não só não conseguiram chegar a um nome, como houve sequelas do processo. Então deputado federal, Maurício Rands anunciou sua saída do PT e a renúncia do mandato. A Executiva Nacional do PT, então, interveio, retirando o nome do então vencedor das prévias de João da Costa da disputa e impondo a candidatura do senador Humberto Costa, como um tertius.

Vendo toda a confusão em que o aliado PT estava envolvido, Eduardo coloca a sua estratégia em jogo. Até as eleições municipais de 2012, nunca um governador tinha conseguido eleger um aliado para o comando da capital pernambucana.

João Campos ao lado do pai, Eduardo Campos. Seguindo a mesma estratária de 2012 Foto: Poder 360

Quebrando a regra

Decidido a quebrar essa regra, Eduardo começou a trabalhar um nome do PSB para disputar a Prefeitura do Recife. Um nome, não: quatro. No prazo de desincompatibilização, ele exonerou os secretários Geraldo Júlio (Desenvolvimento Econômico), Danilo Cabral (Cidades), Tadeu Alencar (Casa Civil) e Sileno Guedes (Articulação Social).

O final é conhecido. Geraldo Julio foi indicado e foi para a disputa. Não só foi eleito como venceu no primeiro turno. O PT, que foi com a sua carga máxima para a disputa, com Humberto Costa na cabeça de chapa e o ex-prefeito João Paulo na vice, amargou a terceira posição na disputa, com pouco mais de 17% dos votos.

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João tem prazo

Cercado por todos os lados pelo PT, que deseja a vice na chapa na perspectiva de o prefeito renunciar ao cargo para disputar o Governo do Estado em 2026, João Campos segue com o calendário eleitoral debaixo do braço. Em junho, prazo final de desincompatibilização para quem deseja disputar cargo no Executivo, deve seguir o exemplo do pai e exonerar não só os dois secretários que se filiaram a partidos aliados, mas também outros nomes que já estão filiados há algum tempo no PSB.

Quanto ao PT, apesar de o partido ter dois nomes colocados para ocupar a vaga de vice de João Campos, o do deputado federal Carlos Veras e do assessor especial do Ministério das Relações Institucionais, o médico Mozart Sales, e dos apelos de vários dirigentes da sigla, que vez por outra mandam um recado em tom que se assemelha a ameaça ao PSB, a interlocução do prefeito é diretamente com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. E isso já foi dito, inclusive, pelo presidente estadual do PSB, o deputado estadual Sileno Guedes.

“Vai passar muito pelo presidente Lula. Ele teve aqui acho que mais ou menos um mês atrás, né? Sentou com João e conversaram, né? Marcaram de fazer uma conversa específica sobre a política de uma forma geral. Essa formação aqui do Recife ela não vai ser uma arrumação simplesmente local”, destacou Sileno Guedes, ainda em março.

É com o líder maior petista que João Campos tratará o papel do PT nas eleições de outubro. O que for decidido, as petistas do Estado terão que aceitar

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