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Juros altos derrubam demanda por crédito em 13% em 2023

Segundo o Índice Neurotech de Demanda por Crédito (INDC), o segmento varejista foi o principal responsável pela retração durante todo o ano.
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Compra com cartão de crédito está entre as maiores causas do endividamento. Foto: Pixabay

A demanda por crédito registrou queda de 13% em todo o ano passado, na comparação com 2022, segundo o Índice Neurotech de Demanda por Crédito (INDC), que mede mensalmente o número de solicitações de financiamentos nos segmentos de varejo, bancos e serviços. De acordo com o levantamento, o ano de 2023 só teve um mês com desempenho positivo para a busca por crédito, que foi setembro, com alta de 6%.

Diante de taxas de juros ainda bastante elevadas, o varejo foi o segmento onde o crédito mais retrocedeu, com a queda na demanda alcançando 22% no ano. A categoria que engloba os bancos e demais instituições financeiras também teve queda de 7%, enquanto o segmento de serviços foi o único a encerrar o período em alta, com crescimento de 8%.

No último semestre de 2023, o mês de dezembro teve o pior desempenho, com queda de 17% em comparação a 2022. O cenário se deve, principalmente, aos bancos e instituições financeiras, que apresentaram retração de 23%. Já a procura no varejo caiu 18%. O setor de serviços foi, pelo terceiro mês consecutivo, o único com resultado positivo no mês, crescendo 25% na comparação anual.

No segmento varejista, em dezembro, as categorias Vestuário (12%) e Supermercado (7%), foram as únicas que registraram alta, na comparação dos últimos 12 meses. eletro/móveis teve o pior resultado, caindo 60%. Lojas de departamento (-54%) e outros (-8%) completam a lista.

Juros altos freiam crédito

Natália Heimann, head de produtos Analytics da Neurotech e responsável pelo indicador, avalia que o atual estágio das taxas de juros travou as expectativas de aumento no consumo que normalmente acontece na reta final do ano, em virtude das comemorações.

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“Como já era esperado, um cenário de retomada da busca por crédito só deve acontecer, efetivamente, a partir deste mês de janeiro, à medida em que a recuperação econômica do Brasil, que ainda acontece de forma lenta, for dando maior tranquilidade aos consumidores, após um período de incertezas que foi 2023”, afirma.

Mês versus mês

Na comparação mensal, dezembro registrou queda de 1% contra novembro de 2023. Por segmento, a variação da demanda por crédito ficou assim: serviços (+10 %), varejo (+9%) e bancos e financeiras (-13%).

Já o recorte mensal varejista teve a categoria vestuário como a única a apresentar crescimento, de 74%, o que indica a preferência pelas roupas como presentes de Natal. Os demais apresentaram: eletro/móveis (-19%), supermercado (-16%), lojas de departamento (-1%); e outros (-7%).

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