Da redação com Agências
O Produto Interno Bruto (PIB) – a soma de todos os bens e serviços produzidos no país – ficou estável no segundo trimestre de 2021, na comparação com o primeiro trimestre do ano. Houve variação negativa de 0,1%, o que o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) considera como estabilidade. Os dados são do Sistema de Contas Nacionais Trimestrais, divulgados hoje (1º) pelo IBGE.
Segundo o instituto, a estabilidade ocorre depois de três trimestres seguidos de crescimento da economia do país e o PIB continua no patamar do fim de 2019 ao início de 2020, período pré-pandemia de covid-19. Mas ainda está 3,2% abaixo do ponto mais alto da atividade econômica na série histórica, alcançado no primeiro trimestre de 2014. Em valores correntes, o PIB chegou a R$ 2,1 trilhões.
“Com esse resultado, a economia brasileira avançou 6,4% no primeiro semestre. Nos últimos quatro trimestres, acumula alta de 1,8%, e na comparação com o segundo trimestre do ano passado, cresceu 12,4%”, informou o IBGE.
Assim já tem economista revendo suas projeções de que a volta das atividades econômicas em sua plenitude após a vacinação contra a covid-19 faria o PIB crescer em V, ou seja, de forma rápida.
“Muitos dizem que será em K o que faz alusão que seria um crescimento desigual em diversos setores”, analisa o economista André Perfeito da Necton. Para ele, no entanto, esse crescimento seria em “Raiz Quadrada”, querendo com isso dizer que depois de certa retomada da situação mais aguda da crise o PIB iria ficar de lado.
Ele justifica que o consumo das famílias tende a ficar estável ou até mesmo em queda diante da situação frágil da massa Salarial. “O consumo do Governo tende a ficar estável também, uma vez que o Ministério da Economia está sim tentando controlar os gastos públicos e com isso não podemos imaginar algum impulso deste setor”, analisa.
Para ele, é das exportações líquidas de onde pode vir as boas notícias. “Afinal com o real fraco e com incentivos nos EUA e na China, tendemos a ter superávits”. Perfeito avalia que o PIB a curto prazo não tem componentes dinâmicos mais evidentes.
“Os desafios são grandes para este ano e para o ano que vem diante da elevação da SELIC; da inflação ao produtor muito acima da inflação ao consumidor, o que tende a diminuir as margens de lucro e por conseguinte o Investimento; da crise hídrica o que afeta a inflação e o agronegócio, isso sem contar o custo de energia elétrica; e da tensão política que cobra um prêmio de risco ao longo da curva de juros. Enfim, por uma série de fatores podemos imaginar um crescimento mais modesto o que reafirma nossas projeções de PIB em 2021 em 5% e o ano que vem entre 1,8% e 2%.”