Startup cearense de carros voadores, a Vertical Connect finalmente revela o investimento que será realizado na primeira etapa de sua planta industrial na cidade de Itaitinga, na Região Metropolitana de Fortaleza. O aporte inicial previsto é de R$ 100 milhões e a localização da planta deve ser anunciada formalmente nesta sexta-feira (12), quando está prevista a assinatura do termo de cessão do terreno pela prefeitura.
Sem revelar detalhes, a Vertical informa que “o local já existe, passará apenas por reforma e instalação dos equipamentos, com início da implantação em fevereiro de 2024”.
Os protótipos dos carros voadores da Vertical estão em fase de testes na unidade de desenvolvimento de projetos, localizada no interior de são Paulo, com previsão de apresentação dos modelos ao mercado em maio próximo.
A próxima fase do empreendimento será o início da produção em larga escala na planta cearense, programado para acontecer ainda este ano. A meta da start up é produzir 500 veículos voadores nos próximos cinco anos.
Quais os primeiros carros voadores que serão produzidos?
Os primeiros modelos de carros voadores que serão produzidos em Itaitinga são veículos não tripulados, voltados para operações no agronegócio, logística e policiamento com câmeras. A ideia da empresa é atender, principalmente, a médios e grandes produtores rurais e ao Tribunal Regional Eleitoral do Ceará (TRE-CE), com o serviço de transporte de urnas eletrônicas.
Quando serão produzidos carros voadores tripulados?
Por enquanto, a Vertical não revela quando vai começar a fabricar em escala comercial sua grande aposta: o Gênesis X1, veículo elétrico de pouso de decolagem vertical (eVTOL) tripulável, com capacidade para duas pessoas e velocidade de até 130 km/h. O produto foi pré-lançado no final de dezembro, com apresentação de imagens no BS Design, em Fortaleza.
A produção em nível experimental do Gênesis X1 já foi iniciada em São Paulo e o veículo está em processo de certificação junto a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), segundo o diretor de operações (COO) da Vertical, Marco Berzagh.
Inicialmente, a empresa tinha divulgado a expectativa de começo da produção em série num prazo de um ano e meio, ou seja, meados de 2025.
Inicialmente, a empresa tinha divulgado a expectativa de começo da produção em série num prazo de um ano e meio, ou seja, meados de 2025, mas não divulga se haverá ajuste nesse cronograma, em face do início da implantação de sua fábrica já no próximo mês.
Carros voadores: saiba mais sobre o Gênesis X1
- Terá 5 metros de comprimento, largura de 4,8 metros e altura de 1,40 metros;
- Contará com 8 hélices e 8 motores elétricos;
- A fuselagem será de fibra de carbono aeronáutico;
- O tempo máximo de voo será de 60 minutos.
Vertical quer produzir 6 modelos de eVTOL
A expectativa da Vertical é produzir seis modelos de eVTOL – entre tripuláveis e não tripuláveis – todos elétricos e com tecnologia 100% nacional. A ideia é difundir esse produtos como alternativa de mobilidade sustentável, alinhada com a descarbonização da economia e a melhoria do tráfego nas grandes cidades.
Os modelos não tripulados serão como “drones gigantes”, autônomos (sem piloto) e voltados para atividades como transporte de pequenas cargas, pulverização de lavouras, monitoramento por câmera e combate a incêndio.
Carros voadores: Itaitinga definida para a fábrica
A Vertical vinha analisando três alternativas para a unidade fabril: Fortaleza, a região do Porto do Pecém e Itaitinga.
Mas, diante das condições oferecidas pela prefeitura municipal, optou por esta cidade. “Itaitinga nos proporcionou uma situação muito confortável”, afirma Marco Berzagh. “Escolhemos a melhor forma de estar dentro do estado do Ceará, trazendo mão de obra do Ceará”, acrescenta.
A Prefeitura de Itaitinga, de fato, vinha se mostrando mais agressiva na negociação, prevendo que a planta vai “representar uma virada de chave para a cidade, destacando o município como polo de tecnologia e inovação”.
Outro fator que pesou na mobilização da gestão municipal para atrair o empreendimento foi a expectativa de geração de empregos. A fábrica tem previsão de gerar 150 postos de trabalho diretos em três anos. Além disso, os impactos no mercado devem começar a ser sentidos já no próximo ano, quando a Vertical estima contratar os 70 primeiro empregados.
Para a capacitação e desenvolvimento dos seus profissionais, a start up vem articulando parcerias com as universidades públicas do Ceará e já tem um memorando de intenções com o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE).
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