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Transição energética avança no CE, com novo pré-contrato de H2V

Pecém, que já soma 33 memorandos e quatro pré-contratos de hidrogênio verde, acelera o ritmo para se tornar hub do combustível do futuro e estar entre os protagonistas da transição energética no Brasil
Transição energética: acordo com a Cactus Energy prevê aportes de US$ 2 bilhões em Pecém
Transição energética: pré-contrato entre Pecém e a Cactus Energia prevê investimentos de US$ 2 bilhões/Foto: Complexo do Pecém (Site)

Em mais um passo para transformar o Ceará em um dos protagonistas da transição energética no Brasil, o Complexo do Pecém (CIPP S/A) e a Cactus Energia Verde assinaram, nesta quarta-feira (25), em Fortaleza, um pré-contrato para produção de hidrogênio verde e amônia verde. O acordo prevê investimentos de US$ 2 bilhões e evoluiu a partir de um memorando assinado em fevereiro do ano passado.

O documento foi assinado no primeiro dia do Fiec Summit 2023, evento liderado pela federação das indústrias local (Fiec) e que será realizado até esta quinta-feira (26) no Centro de Eventos do Ceará.

Com isso, o hub – que soma agora 33 memorandos de entendimento e quatro pré-contratos – amplia a lista de investimentos confirmados e avança na viabilização. O Ceará, com aportes previstos de US$ 8 bilhões no setor, é o estado do Nordeste que lidera a corrida pelo hidrogênio verde.

É seguido pela Bahia, onde a Unigel já recebeu até os eletrolisadores (equipamentos para a quebra da molécula de água na produção do H2V) da Siemens. A gigante do setor químico vai produzir H2V e amônia verde em escala industrial.

Pernambuco aparece em terceiro lugar, com dificuldades para seguir o ritmo dos estados vizinhos. Anunciado em 2022, o TecHub, previsto para o Porto de Suape, é uma plataforma de pesquisa, desenvolvimento e inovação, com foco no H2V. O empreendimento será voltado para a implementação de projetos inovadores nas áreas de produção, transporte, armazenamento e gestão de hidrogênio verde.

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Juntos, esses projetos receberão inicialmente investimentos de até R$ 45 milhões. A iniciativa é liderada pela CTG Brasil (uma das principais empresas de geração de energia limpa no país), em parceria com o Senai e o Governo de Pernambuco.

No entanto, o presidente da federação das indústrias local (Fiepe), Ricardo Essinger, tem se queixado das indefinições em torno do TechHub, incluindo o terreno onde o empreendimento será instalado no complexo portuário pernambucano.

Transição energética: Cactus quer produzir 190 quilotons de H2V

O projeto da Cactus prevê a instalação de uma unidade fabril com 1,12 gigawatts (GW) de eletrólise. A capacidade de produção prevista é de 190 quilotons de hidrogênio verde e um milhão de toneladas de amônia renovável por ano.

A fábrica, que será construída no Setor 2 da Zona de Processamento de Exportação do Ceará – área de expansão da ZPE que acaba de receber o licenciamento ambiental – tem estimativa de iniciar as operações em 2027.

A implantação deve gerar em torno de cinco mil empregos, enquanto a operação vai demandar 600 profissionais altamente qualificados, segundo o CEO da Cactus Energia Verde, Luís Eugênio Pontes.

Ele ressalta que o objetivo da empresa, com esse empreendimento, “é fornecer o hidrogênio e a amônia mais limpos e econômicos, em atendimento às demandas nacionais e internacionais”.

“Estamos orgulhosos em poder participar do Hub de Hidrogênio Verde no Pecém, por meio da planta eletroquímica Cactus H2/NH3, que reforçará significativamente a produção de energia limpa, impulsionando a transição energética”, afirma o investidor.

Ele ressalta que os parceiros canadenses da empresa já começam a chamar o Ceará de “OPEP das energias renováveis”, numa referência à poderosa Organização dos Países Produtores de Petróleo.

A planta se enquadra com 100% de match na estratégia do Hub de H2V de ter papel de destaque não apenas na produção de combustível limpo para os mercados interno e global, mas também no fornecimento de amônia verde para o agronegócio brasileiro e mundial.

Entre os polos agrícolas que a plataforma pode atender está a região de Matopiba, integrada por terras do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia. A área, de perfil exportador, é considerada a nova fronteira da produção agrícola nacional e já responde por 10% de toda a soja e milho colhidos no Brasil.

Pecém acelera na transição energética

A evolução de mais um negócio no Hub de H2V é comemorada pelo presidente do Complexo do Pecém, Hugo Figueirêdo. “É uma satisfação anunciar nosso quarto pré-contrato no hub e ver que os memorandos estão evoluindo para a fase seguinte, que é a da reserva do espaço e planejamento concreto do projeto”, afirma.

Segundo ele, “a Cactus tem uma planta robusta”. “A empresa vem para se somar aos nossos esforços de partirmos na vanguarda do hidrogênio verde no Brasil e transformar a economia não só do Ceará, mas também do país”, acrescenta. Ele ressalta ainda que o esforço do complexo se volta, no momento, para converter os memorandos em pré-contratos e estes em “contratos e investimentos concretos”.

“Assinamos anteriormente pré-contratos com a Fortescue, AES Brasil e Casa dos Ventos e, agora, com a Cactus Energia Verde. É muito gratificante dar mais esse passo na transição energética, pois sabemos que o hidrogênio verde pode mudar a realidade social e econômica do nosso estado”, destaca o presidente da ZPE Ceará, Eduardo Neves.

Transição energética: o que é o Hub de H2V

Idealizado em fevereiro de 2021 pelo governo do Ceará, o Hub de H2V é uma parceria com o Complexo do Pecém, Fiec e a Universidade Federal do Ceará (UFC). O projeto prevê a criação, na ZPE Ceará, de uma plataforma voltada para a produção e distribuição de hidrogênio verde, em escala global.

O Complexo do Pecém – joint venture formada pelo governo estadual e o Porto de Roterdã – trabalha para criar as condições logísticas locais e internacionais necessárias ao sucesso do empreendimento.

Em setembro passado, a autoridade portuária recebeu autorização do governo brasileiro para um financiamento de US$ 90 milhões do Banco Mundial.

Os recursos serão destinados à implantação de infraestrutura básica para corredores de utilidades, acesso ao setor produtivo de H2V, expansão do atual Terminal de Múltiplas Utilidades (TMUT) e incremento do Píer 2 do terminal, que será destinado a H2V e derivados. Além disso, Pecém tem um acordo com o acionista holandês para criação de um corredor marítimo do H2V, entre o Ceará e os Países Baixos.

Cactus Energia se consolida na transição energética

Empresa brasileira desenvolvedora de energias renováveis, a Cactus Energia Verde, sediada em Fortaleza, é um consórcio de empreendedores nacionais dedicados à execução de projetos de infraestrutura de energia com zero carbono, em larga escala, no Brasil.

O projeto da empresa compreende quatro unidades, sendo dois parques solares (Umirim e Jaguaretama), uma planta eólica (Camocim) e a fábrica de H2V/amônia verde no Porto do Pecém.

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