Consórcio Nordeste e Banco Mundial se unem para apoiar cadeia produtiva do H2V

A produção de hidrogênio verde deve se concentrar nos locais onde haverá maior disponibilidade de geração de energia limpa.
Oito governadores do Nordeste comparceram a assinatura do memorando de entendimento com o Banco Mundial que vai apoiar projetos em várias áreas, incluindo a futura cadeia produtiva do H2V. Foto: Divulgação

A implantação de empreendimentos de hidrogênio verde (H2V) começa a ter uma frente mais ampla, onde quem estiver mais organizado vai sair na frente. Nesta segunda-feira (25), o Consórcio Nordeste assinou um memorando de entendimento com o Banco Mundial para potencializar iniciativas que desenvolvam a cadeia produtiva do hidrogênio verde. Estiveram presentes oito dos nove governadores nordestinos – incluindo a governadora Raquel Lyra (PSDB)-, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira. 

“O Ministério de Minas e Energia já vem desenvolvendo políticas para o desenvolvimento do hidrogênio de baixa emissão de carbono no Brasil. Esse acordo é mais uma oportunidade para que tenhamos uma maior segurança energética no Brasil, para novos empregos e para a descarbonização da indústria e dos transportes”, disse o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, durante o evento que ocorreu na sede do Banco Mundial, em Brasília.

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Ainda de acordo com o ministro, o governo federal está se empenhando para conseguir aprovar o marco regulatório do hidrogênio verde. 

Além de iniciativas na área de energia renovável, o memorando inclui também o desenvolvimento de projetos voltados à energia limpa, água e saneamento, meio ambiente   e conectividade. O documento que selou a parceria foi assinado pelo presidente do Consórcio Nordeste e governador da Paraíba, João Azevêdo, e pelo diretor do Banco Mundial para o Brasil, Johannes Zutt, no escritório da entidade, em Brasília. 

Segundo o governador da Paraíba, “o Nordeste será o grande produtor de hidrogênio verde do mundo e é preciso que isso aconteça de forma harmônica, regulamentada e esse memorando que assinamos hoje vai permitir que o Banco Mundial coloque sua expertise à disposição do Consórcio Nordeste e a troca de experiências entre os Estados fará com que tenhamos as condições de estabelecer um caminho seguro e sustentável para gerarmos riqueza com inclusão social”. 

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Ainda no evento, o diretor do Banco Mundial para o Brasil, Johannes Zutt,  disse que o documento assinado tem o objetivo de contribuir com o aumento do nível de desenvolvimento na região. “Este memorando que assinamos reflete nosso firme compromisso de cooperar com o desenvolvimento sustentável dos estados do Nordeste brasileiro em quatro áreas-chave: transição energética, principalmente o desenvolvimento de hidrogênio verde e geração eólica offshore; engajamento comunitário; preservação da Caatinga; e desenvolvimento digital. O Brasil tem um grande potencial para se tornar líder global na transição energética e a região Nordeste pode ser a líder desse processo no Brasil e vamos compartilhar nossas experiências com os Estados”, argumentou.

Também presente ao evento, a governadora Raquel Lyra falou sobre os projetos que Pernambuco desenvolve com o Banco Mundial na área de agroecologia e um financiamento ao Porto de Suape. E acrescentou: “É muito importante atuarmos de maneira integrada, percebendo de que forma podemos fazer a transição energética nas nossas cadeias produtivas. Com o que está sendo firmado agora, estamos tendo a possibilidade de redimensionar os nossos arranjos produtivos, tornando-os mais sustentáveis”.

Além dos governadores já citados, estiveram presentes os seguintes chefes do Executivo: Fátima Bezerra (Rio Grande do Norte), Rafael Fonteles (Piauí), Carlos Brandão (Maranhão), Elmano de Freitas (Ceará), Jerônimo Rodrigues (Bahia), Paulo Dantas (Alagoas) e Fábio Mitidiere (Sergipe). 

Frente ampla a favor do hidrogênio

Além da assinatura do memorando com o Banco Mudial, um evento marca mais um passo na direção da implantação de uma cadeia produtiva do H2V no Brasil. Os diretores da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e a Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec) fazem uma reunião nesta terça-feira, às 14 h, com representantes de entidades de energias renováveis, como a Associação Brasileira de Energia Eólica e Novas Tecnologias (ABEEólica) e Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar) na sede da Fiesp. A intenção do encontro é fazer um acordo que visa a ampliação da produção e do uso do hidrogênio verde.

A produção do hidrogênio verde ainda não é feita em grande escala no Brasil. Geralmente, o hidrogênio usado em processos industriais é produzido a partir de um combustível fóssil -como o gás natural-, sendo chamado de hidrogênio cinza. O H2V tem que ser produzido a partir de energia renovável para continuar sendo uma energia limpa.

O acordo entre estas instituições vai abranger todo o território nacional, mas com foco em São Paulo e no Ceará. A futura cadeia de produção do hidrogênio verde vai precisar de muitos equipamentos que poderão ser fornecidos pela indústria instalada em São Paulo, como os eletrolisadores, usados na fabricação do hidrogênio verde.

Já a produção de hidrogênio verde provavelmente vai se concentrar no Nordeste pelo que foi dito até agora devido à grande necessidade de energia limpa para produzir este tipo de combustível. No Nordeste, o Estado que está mais organizado para esta cadeia produtiva é o do Ceará que já chegou a aprovar um projeto de lei na Assembleia Legislativa do Ceará (Alece) estabelecendo uma política para os empreendimentos de hidrogênio verde. Também está sendo construída uma estrutura em comum para escoar o H2V pelo Porto de Pecém, próximo à capital cearense, Fortaleza.

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