Por Etiene Ramos
A safra de cana-de-açúcar do Norte e Norte já começou a ser colhida em alguns Estados e até agosto de 2022, quando concluída a colheita, poderá atingir o volume de 53 milhões de toneladas. A previsão é da Associação dos Produtores de Açúcar, Etanol e Bioenergia do Norte e Nordeste – Novabio, que reúne 42 usinas das duas regiões.
Para o presidente da Novabio e do Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool de Pernambuco (Sindaçúcar-PE), Renato Cunha, a safra atual segue em estabilidade em relação às de 2019/2020 e 2020/2021, que tiveram resultados ligeiramente mais baixos nos volumes de canas, açúcar e etanol. “Mantemos uma previsão conservadora para a próxima safra, abaixo do potencial do Nordeste, que deverá produzir 45,6 milhões de toneladas de canas, enquanto o Norte chegará a 7 milhões de toneladas”, estima.
A partir destas grandezas, a previsão é produzir 2,9 milhões de toneladas de açúcar, das quais 1,7 milhão irão para o mercado externo. Para o etanol, a estimativa é atingir 2,2 bilhões de litros, sendo 900 milhões de etanol anidro e 1,3 bilhão de etanol hidratado.
Nas safras 2019/2020 e 2020/2021 foram produzidas 52,1 milhões e 51,9 milhões de toneladas de canas, respectivamente, que resultaram numa produção de açúcar e etanol muito próximas das previstas para a nova safra.
Em Pernambuco, a previsão do Siindaçúcar-PE é superar a safra 2020/2021 que foi de 11,7 milhões de toneladas de cana. Para a safra 2021/2022, cuja moagem começa em agosto, espera-se produzir entre 12,3 e 12,8 milhões de toneladas de cana no Estado.
O volume deve render cerca de 370 milhões de litros de etanol e 900 mil toneladas de açúcar, até fevereiro do próximo ano. O crescimento entre uma safra e outra, segundo Renato Cunha, não será maior porque faltou chuva, principalmente em junho, o que impede a cana de ter um desenvolvimento mais firme. Por outro lado, não foi menor por causa dos investimentos das usinas em irrigação, o que vem compensando a irregularidade das chuvas e mantendo a produtividade.
Oscilações da pandemia
Produtor de alimentos e energia, o setor sucroalcooleiro é considerado estratégico pelo governo federal e não parou as operações nem demitiu sua força de trabalho durante a pandemia. Mesmo assim, segundo Renato Cunha, sofreu com as oscilações de consumo do etanol provocadas pelo distanciamento social e lockdowns. “Houve queda no consumo, depois melhorou e vem melhorando ainda mais, graças à vacinação”, revela Cunha.
A pandemia trouxe um reforço no caixa das usinas com o aumento do consumo do álcool 70. Embora as receitas não sejam tão expressivas, segundo Renato Cunhas, ajudam nas despesas da entressafra. “O álcool 70, com sua utilidade sanitizante, tornou-se mais um componente e aumentou o leque do setor para o mercado interno e para exportações, é mais uma fonte de receita”, analisa.
Já a previsão do Sindaçúcar Alagoas é um aumento de 10% nesta safra em relação a anterior. O presidente do sindicato, Pedro Robério Nogueira, calcula que as usinas do Estado irão produzir 18 milhões de toneladas de canas e 450 milhões de litros de etanol.