A Barry Callebaut, maior fabricante de produtos de cacau e chocolate gourmet do mundo, inaugurou um ponto logístico no Nordeste. Maceió foi escolhida como porta de entrada para a operação da empresa suíça na região. A unidade na capital alagoana ficará responsável pela distribuição regional. O investimento não foi revelado.
O crescente consumo de chocolate pelo mercado de food-service do Nordeste atraiu os investimentos da Barry Callebaut. A empresa, que tem sede em Zurique, se diz atraída pelos “grandes restaurantes que estão despontando na região, pelas pequenas e médias indústrias que estão intensificando suas produções, além dos pequenos e criativos confeiteiros”.
A escolha por Maceió atende a uma estratégia de logística. “A partir da capital alagoana conseguiremos atender aos estados da região com mais agilidade e eficiência. Estimamos uma redução de tempo de entrega de até 40%”, revelou ao Movimento Econômico Paul Halliwell, Diretor Executivo da Barry Callebaut para a América do Sul.
Isso significa que a partir deste mês de julho de 2023, as indústrias, distribuidores e chefs da região poderão comprar produtos diretamente da companhia, com rota de entrega feita a partir da capital alagoana. Apenas a Bahia continuará sendo abastecida pela infraestrutura da fábrica do município de Extrema, no Sul de Minas.
Com entregas mais ágeis e menor necessidade de estoque pelos clientes, a expectativa é de um incremento de aproximadamente 20% nas vendas para a região. Todos os produtos do portfólio da companhia – os importados Callebaut, Cacao Barry, Mona Lisa e Carma e a marca brasileira Sicao -, ficarão armazenados na planta de apoio de Maceió.
“A chegada em Maceió é mais um passo na aproximação dos atuais e futuros clientes”, revela Bruno Scarpa, diretor comercial de Barry Callebaut para a América do Sul.
Chocolate rosa
A Barry Callebaut produz, entre outras coisas, o famoso chocolate rosa, um segredo guardado a sete chaves. Chamado “Ruby ou Rubis”, em referência a uma variedade de cacau de mesmo nome, o chocolate se enquadra numa quarta categoria, ao lado do chocolate preto, ao leite e branco. Produzido acidentalmente em um laboratório na unidade da empresa na Suíça, não leva adição de aromas ou corantes.
Além da fábrica de chocolates em Extrema (MG) – a primeira da Barry Callebaut na América do Sul –a empresa possui duas unidades fabris em Ilhéus e Itabuna, na Bahia, dedicadas ao beneficiamento do cacau, além de um viveiro de mudas mantido pelo projeto de Sustentabilidade Cocoa Horizons. A companhia utiliza amêndoas de cacau da Bahia, Pará, Espírito Santo e Rondônia, mas também amêndoas importadas.
O Cocoa Horizons é um programa de apoio aos produtores de cacau, que vem ajudando a construir comunidades agrícolas autossustentáveis que protegem a natureza e as crianças. A Cocoa Horizons Foundation é uma organização independente supervisionada pela Swiss Federal Foundation Supervisory Authority. A Barry Callebaut trabalha em conjunto com a Fundação desde 2015.
Cenário para o chocolate
No primeiro semestre de 2023, segundo dados da Associação Nacional das Indústrias Processadoras de Cacau (AIPC), o mercado nacional registrou recuo de 6,5% no volume consumido de amêndoas nacionais processadas – menos 27.046 toneladas frente igual período de 2022.
Por outro lado, entre janeiro e março de 2023, a moagem de amêndoas foi de 64.016 toneladas, um crescimento de aproximadamente 15,47% em relação às 55.439 toneladas do mesmo período do ano anterior.
Na Barry Callebaut, em linhas gerais, a produção se mantém estável há dois anos. A empresa atribui a retração no mercado nacional no primeiro semestre à influência da alta dos preços dos fertilizantes no ano passado, o que gerou uma redução de uso por parte dos produtores, mas a expectativa é de retomada já no próximo ano. Para segundo semestre de 2023, o mercado ainda conta com o incentivo das efemérides como Dia dos Pais e o Natal, segunda data mais importante do ano para o setor de chocolates e o mercado de indulgência como um todo.
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