A empresa de origem francesa Qair Brasil importou dois equipamentos para a planta piloto de hidrogênio verde que devem chegar em agosto. Como a companhia tem projeto de implantação de unidades no Porto de Suape, em Pernambuco, e no Porto de Pecém – na Grande Fortaleza -, o empreendimento vai ficar na área portuária que resolver a questão fundiária primeiro. O investimento será de R$ 50 milhões.
A planta piloto é só o primeiro projeto e os demais continuam em andamento. “Com esta primeira iniciativa, a nossa intenção é fomentar a outra parte da cadeia que é o consumo. As máquinas vão demonstrar o que se pode fazer com o hidrogênio”, resume o diretor de Operações da Qair Brasil, Gustavo Silva, acrescentando que se a empresa não conseguir uma área portuária vai instalar a unidade piloto próxima a um dos portos.
De grande porte, os equipamentos vão transformar o hidrogênio em energia e calor. A expectativa da companhia é de que a planta piloto entre em operação até o final do ano que vem. A Qair Brasil tem a intenção de implantar duas grandes plantas de hidrogênio, sendo uma em Suape e outra em Pecém. A primeira tem um investimento previsto de R$ 21 bilhões e a segunda uma estimativa de R$ 23 bilhões, que está sendo revista pois o Porto de Pecém está construindo uma infraestrutura a ser compartilhada para todos os produtores de hidrogênio verde o que pode baratear os custos de implantação do projeto.
Tanto em Suape como em Pecém, os dois projetos maiores continuam dependendo de uma área para se instalar, mas os protocolos de intenções e memorandos de entendimento foram assinados, respectivamente, com as duas empresas portuárias. “Não temos uma previsão exata de quando esses projetos maiores entrarão em operação. A expectativa nossa é que o mercado de hidrogênio comece a existir a partir de 2025”, resume Gustavo.
O hidrogênio verde é apontado como o combustível do futuro e faz parte da estratégia de descarbonização de muitos países que pretendem importá-lo onde a sua produção seja mais competitiva. Para produzir hidrogênio verde é necessário muita energia limpa e uma parte da Europa não tem como produzir energia de fonte renovável em grande escala. A Qair Brasil tem parques de geração eólica no Brasil e a energia produzida neles pode ser usada na fabricação do hidrogênio verde.
“Os Estados do Nordeste têm uma vocação para energia limpa. É uma oportunidade que se abre dentro da mudança energética que vai se acelerar nos próximos anos. Esses projetos precisam ser abraçados como oportunidade de desenvolvimento para tornar a ambiência mais fácil. Eles vão trazer um benefício para todo o planeta, gerar renda e mudar a realidade do Nordeste”, resume Gustavo. Como o nome diz, o hidrogênio verde é ambientalmente amigável e não contribui para o aquecimento global.
Clube da transição energética
Foi lançado em Brasília, na Embaixada da França, na semana passada, o Clube Tebra, “Clube de Transição Energética”, uma iniciativa do governo francês e prioritariamente do comitê estratégico setorial francês “Indústrias de Novos Sistemas Energéticos” (CSF NSE) e do Sindicato das Energias Renováveis (SER).
O objetivo do Clube é promover as energias renováveis em diferentes regiões, o que inclui as iniciativas com hidrogênio verde.
Em princípio, a política energética da França passa também pelos países parceiros, porque aquele país não tem energia verde e pode precisar produzir hidrogênio em outros países. “A Qair se orgulha muito de ser signatária fundadora deste importante mecanismo de promoção da transição energética e desenvolvimento sustentável”, afirma Gustavo. Grandes empresas francesas estão presentes no mercado de energia brasileiro e têm feito investimentos significativos.
Leia Também
Aneel libera eólicas da Qair Brasil no RN para operação comercial