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Federação nacional das autoescolas sob o comando de um pernambucano

A formação de novos condutores é um mercado que, em Pernambuco, reúne cerca de 250 empresas e a segurança jurídica é a maior preocupação entre elas.
Ygor Valença foi eleito, por unanimidade/Foto: Fecomércio-PE

A Federação Nacional das Autoescolas e Centros de Formação de Condutores (Feneauto) terá pela primeira vez um presidente nordestino. O empresário pernambucano Ygor Valença foi eleito, por unanimidade, presidente da entidade, para o triênio 2023-25. Na gestão anterior, Ygor Valença já havia sido vice-presidente da Feneauto.

O olindense é também o atual presidente do Sindcfc-PE – o Sindicato dos Proprietários de Centros de Formação de Condutores (CFCs) A, B e AB do Estado de Pernambuco, organismo filiado à Fecomércio-PE. É também conselheiro titular do Sesc-PE.

A formação de novos condutores é um mercado que, em Pernambuco, reúne cerca de 250 empresas, emprega aproximadamente duas mil pessoas e atende a uma clientela que varia entre seis e sete mil alunos inscritos por mês. Nacionalmente, os CFCs somam 14.400 mil empresas, que geram 120 mil postos de trabalho.

Uma realidade que Ygor Valença conhece de perto, por dentro e há muito tempo. Começou há 24 anos, como instrutor prático, na autoescola de sua família. Gradualmente, foi envolvendo-se em todas as etapas da gestão, aprofundou-se, qualificou-se em operação de trânsito e aproximou-se da atividade sindical.

Em entrevista ao Movimento Econômico, o presidente falou sobre os projetos que pretende priorizar em sua gestão e os desafios que o novo cargo traz consigo. Confira a seguir.

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Movimento Econômico: Qual é hoje a principal pauta dos empresários do segmento de CFCs – Centros de Formação de Condutores?

Ygor Valença: Sem dúvida nenhuma, hoje, nossa grande questão é a segurança jurídica. Hoje, o que rege a obrigatoriedade das aulas de formação de novos motoristas, a carga horária dos cursos e tudo a respeito desse assunto são reosluções e portarias. Não é uma lei, não tem uma lei de formação de novos condutores. Minha primeira pauta será implementarmos um modelo de educação de trânsito no Brasil. Precisamos, por exemplo, ter essa materia trânsito na escola, de maneira regular e obrigatória, não de forma espontânea e aleatória, como vemos hoje. É preciso entender que mata-se mais no trânsito do que numa guerra, no Brasil. Gasta-se muito mais recursos do SUS e em benefícios previdenciários com os acidentados de trânsito do que os valores que poderiam ser empregados em formação, consequentemente, em prevenção. Construir uma lei de formação de transito, que torne o assunto matéria obrigatória nas escolas, de uma maneira que o tema acompanhe o jovem desde a infância até a conclusão do ensino, ao longo de anos, é uma demanda urgente e prioritária pra mim.

ME: Ser o primeiro nordestino a assumir este cargo, é mais uma responsabilidade, ou um orgulho?

YV: Eu sou fruto de um grupo. Essa eleição, como as eleições nacionais, a vitória vem da força de um grupo. Isso é sim um orgulho, mas é também uma responsabilidade. Nós temos um desafio importante pós pandemia. Talvez o principal, no segmento das CFCs, seja digitalizar, do começo ao fim, o processo de concessão da habilitação, desburocratizar este processo. Pernambuco já é exemplo, uma referência. Por exemplo, aqui, qualquer atendimento numa unidade do Detran é com horário marcado digitalmente e funciona. Precisamos ampliar isso e universalizar essas facilidades. O digital é mais seguro, menos fraudado.

ME: Facilitar o acesso à CNH é também uma pauta? O Brasil vem conseguindo cumprir com este compromisso, de facilitar a habilitação para quem não pode pagar? Como está essa realidade?

YV: É uma pauta sim, sem dúvida. Esse também é um desafio pós pandemia. O preço dos insumos cresceu muito. E de tudo relacionado a este negócio. O carro está mais caro, combustível… tudo aumentou durante a pandemia. Isso interfere em tudo. O programa CNH social também – que dá acesso de quem não pode pagar, ao processo de habilitação. O programa hoje é estadual; os estados reivindicam recursos federais e operam o programa. E isso também começou aqui, em Pernambuco. No nosso mandato, vamos lutar pra tornar o programa federal. Quando a gestão é nacional, há um calendário único, números mais executáveis também. Por exemplo, este ano, tem R$ 700 milhões voltando para o cofre federal porque os estados não executaram o programa. Neste aspecto também, Pernambuco serviu e ainda serve de exemplo. Nosso CNH popular é 100% aproveitado.

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