Um dos maiores grupos da área de educação, o Ser Educacional está operando o banco digital b.Uni que vai oferecer soluções financeiras para os cerca de 330 mil alunos da instituição. A nova operação já tem 15 mil contas, incluindo 12,5 mil dos colaboradores da empresa e 2,5 mil estudantes. “Já estamos fazendo todo o processamento da folha de pagamento do grupo dentro da fintech. Um dos nossos objetivos é oferecer o máximo de serviços, pensando na perspectiva financeira acoplada à vida pessoal do estudante”, resume o diretor financeiro do Ser Educacional e CEO do b.Uni, João Aguiar.
Fintech são instituições financeiras que têm o seu foco no mundo digital sendo muito mais enxutas do que os bancos tradicionais. No b. Uni, o aluno pode ter um cartão, receber a mesada, pagar contas, obter um financiamento de curso etc. A instituição também está analisando se vai ofertar um seguro que cubra a mensalidade da instituição, por alguns meses, caso o responsável pelo pagamento da mensalidade fique desempregado. Este tipo de seguro já existe em algumas escolas.
A intenção da empresa é oferecer serviços “mais leves”, como define João Aguiar. “Conhecemos as dores do aluno, o que ele busca, planeja. E a nossa proposta é adequar isso para que o aluno interaja melhor com esse sistema. Conhecendo o aluno é mais fácil oferecer o que ele precisa”, comenta João Aguiar. Ele cita como exemplo que o crédito pode se tornar mais barato e mais alongado porque a estrutura da instituição financeira é mais leve do que um banco tradicional.
O banco do grupo não vai ter que cobrar as mesmas tarifas que os bancos tradicionais cobram para oferecerem, por exemplo, uma estrutura com muitos funcionários e agências físicas que pagam conta de água, de energia etc. A fintech também vai baratear os custos que o próprio grupo tinha com tarifas financeiras e bancárias. “Vai haver uma sinergia interna”, comenta João Aguiar. Isso também deve reduzir a inadimplência no Grupo.
O b.Uni tem apenas uma sede física em São Paulo e não vai ter agências, sendo que suas operações serão todas virtuais. Atualmente, nove pessoas trabalham para o banco. Até setembro, mais cinco pessoas vão ser integradas ao quadro de pessoal da fintech, dependendo do ritmo de abertura das novas contas digitais.
A empresa não divulga quanto foi o investimento para implantar o banco digital no qual foram gastos recursos na contratação de consultorias, plataformas e aplicativos. Para abrir esse tipo de instituição, a empresa teve que apresentar um capital de R$ 3 milhões, quantia definida pelo Banco Central.
O b.Uni começou em sistema soft open em janeiro com algumas empresas fazendo os serviços de forma terceirizada. Desde junho, passou a atingir todo o grupo com a folha de pagamento. Agora, a empresa vai expandir a sua atuação direcionada principalmente aos seus estudantes. Cerca de 70% dos alunos da instituição já são bancarizados ou usam uma conta bancária de um familiar. Os que não têm uma conta bancária geralmente são egressos do ensino médio.
Atuação do Ser Educacional
Fundado em 2003 e com sede no Recife, o Grupo Ser Educacional tem 330 mil alunos, sendo 145 mil em cursos presenciais e o restante em Educação à Distância (EAD), tendo uma presença mais forte no Norte e Nordeste, embora atue em 26 Estados e no Distrito Federal. Algumas das marcas mais famosas do grupo são a Uninassau – Centro Universitário Maurício de Nassau – , a Uninabuco – Centro Universitário Joaquim Nabuco – e Faculdades Uninabuco; Escolas Técnicas Joaquim Nabuco e Maurício de Nassau; Centro Universitário Universus Veritas; Faculdades Univeritas-Uninorte, entre outras. O conglomerado oferece 2.400 cursos, indo desde a graduação até o doutorado, incluindo cursos livres e faturou R$ 1,6 bilhão em 12 meses.