Na expectativa de que não ocorram mais reviravoltas jurídicas, o Estaleiro Atlântico Sul (EAS), sediado no Complexo Portuário e Industrial de Suape, aguarda o leilão judicial de seus ativos para esta quinta-feira, dia 21. A empresa está em recuperação judicial e venderá parte de sua área para pagar credores. As propostas devem ser apresentadas até esta quarta-feira, dia 20, segundo determinação da juíza da 1ª Vara Cível da Comarca de Ipojuca.
O leilão já foi cancelado duas vezes a pedido dos concorrentes. O plano de recuperação judicial, aprovado em assembleia geral de credores em maio de 2021, previa que fosse dada sequência à alienação judicial da unidade produtiva UPI Pré-Constituída B, de forma integral ou em subpartes: UPI-B Cais Sul e UPI-B Central.
O valor mínimo para aquisição integral da UPI Pré-Constituída B é R$ 895.000.000,00 (oitocentos e noventa e cinco milhões). Para os UPIB Cais Sul é R$ 300.000.000,00 (trezentos milhões de reais); e para a UPI-B Central, R$ 595.000.000,00 (quinhentos e noventa cinco milhões).
A disputa por ativos do Estaleiro Atlântico Sul (EAS) vem sendo marcada por batalhas judiciais envolvendo todos os interessado. Participa da disputa o APM Terminals, que integra o Grupo Maersk, e tem um protocolo de intenções assinado com o Porto de Suape, para erguer na UPI Pré-Constituída B um segundo terminal de contêiner no Porto de Suape.
Além do APM, participam do certamente, o grupo filipino ICTSI, que controla o Tecon Suape, empresa que vem operando há 20 anos o único terminal de contêiner no porto e o grupo pernambucano Conepar S. A., que atua com armazenagem e logística.
Direção de Suape
A direção do Porto de Suape também está na expectativa do leilão. “Toda e qualquer proposta para a área do estaleiro tem que ser submetida à gestão do porto e se adequar ao Plano Diretor. E precisa ser aprovada por decreto do governador. Tudo aquilo que não tiver concorrência saudável será negado”, explica Roberto Gusmão, presidente do Complexo Portuário e Industrial de Suape.
Segundo Gusmão, a área comportaria, além de um terminal de contêiner, operações que venham complementar o portfólio do porto, como um terminal de gás natural ou de minérios, por exemplo. Mas ele ressalta a necessidade de dois terminais de contêiner em Suape porque há cargas que o atual operador não consegue atrair. “O operador está limitado a crescer pelo mercado, não por seu porte físico”, analisa.
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