Após a Petrobras anunciar um aumento no preço dos combustíveis, tendo o diesel o maior percentual de reajuste – 24,9%, uma elevação de R$ 3,61 para R$ 4,51 por litro – o líder da greve dos caminhoneiros que parou o Brasil em 2018, Wallace Landim, o Chorão, foi a público dizer que o governo de Jair Bolsonaro não cumpriu sua promessa e que não há mais condições de trabalho para a categoria.
“A promessa de governo do presidente Jair Bolsonaro até agora não se cumpriu. E isso não é uma pauta só dos caminhoneiros. Estamos juntos com o povo para fazer o melhor para o nosso país. O Brasil vai parar automaticamente, porque não se tem mais condições de rodar”, afirmou ao Portal de Prefeitura.
O preço médio de venda da gasolina da Petrobras para as distribuidoras subiu 18,7%, e passará de R$ 3,25 para R$ 3,86 por litro. O anúncio foi feito nesta quinta-feira (10), pela Petrobras, no Rio de Janeiro, após a estatal passar 57 dias sem promover reajustes. O aumento dos combustíveis foi em um nível que não se via há muitos anos. A pressão veio da guerra entre Rússia e Ucrânia.
“Considerando a mistura obrigatória de 27% de etanol anidro e 73% de gasolina A para a composição da gasolina comercializada nos postos, a parcela da Petrobras no preço ao consumidor passará de R$ 2,37, em média, para R$ 2,81 a cada litro vendido na bomba. Uma variação de R$ 0,44 por litro”, informou o comunicado da empresa.
O líder dos caminhoneiros disse que ficou surpreso com o tamanho do aumento anunciado pela estatal, um reflexo da guerra entre Rússia e Ucrânia, que desestabilizou o mercado de petróleo.
“É uma situação que prejudica não só os caminhoneiros, como também toda a população. Tudo que chega nas prateleiras dos mercados vai por caminhão”, lembrou.
O diretor-presidente do Conselho Nacional dos Transportadores Rodoviários de Cargas (CNTRC), Plínio Nestor Dias criticou o Preço de Paridade de Importação (PPI) da estatal, em entrevista ao Portal de Prefeitura.
“A gente sabia que isso [alta do diesel] ia estourar. A revolta, a indignação, a insatisfação dos caminhoneiros estão muito grandes a nível nacional. Nós temos agora que ficar do lado da categoria. Se tiver que parar o país, podem contar com a gente, porque faz parte da nossa pauta”, assegurou.
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