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Melão e óleo diesel disputam liderança nas exportações potiguares

Apesar do cenário favorável, o grande gargalo atual dos produtores de melões e melancias é o frete marítimo, que tem subido de preço nos últimos meses Por Samuel Santos A produção de melão tem sido uma alavanca para a economia do Rio Grande do Norte. O estado nordestino é o principal produtor brasileiro da fruta, […]

Apesar do cenário favorável, o grande gargalo atual dos produtores de melões e melancias é o frete marítimo, que tem subido de preço nos últimos meses

Por Samuel Santos

A produção de melão tem sido uma alavanca para a economia do Rio Grande do Norte. O estado nordestino é o principal produtor brasileiro da fruta, que vem ganhando cada vez mais espaço no mercado internacional. Cerca de 40% das exportações de frutas do país saem do Rio Grande do Norte.

De acordo com balanço da Federação da Indústria do Estado do Rio Grande do Norte (FIERN), as exportações de melão cresceram 8,4% entre os meses de agosto e dezembro de 2021, se comparado ao mesmo período de 2020. O dado é parcial, visto que a atual safra do alimento segue até março deste ano.

No ranking dos produtos mais exportados pelo Rio Grande do Norte no ano passado, o melão ocupa a segunda posição, perdendo para o óleo diesel. O combustível movimentou U$$ 182.668 mil em 2021, contra US$ 59.478 mil em 2020. Já as exportações de melão movimentaram US$ 109.866 mil, contra US$ 37.940 no período anterior, de acordo com relatório da FIERN. Outro fruto que apresentou bom desempenho foi a melancia, que cresceu 25,3% no volume de exportações.

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Melão potiguar: no último mês, a fruta movimentou US$19.236 mil, enquanto o óleo chegou a US$12.137 mil

Se no acumulado do ano o melão ficou atrás do óleo diesel, em dezembro a fruta ganhou ainda mais destaque e alcançou o primeiro lugar nas exportações. No último mês, os melões movimentaram US$19.236 mil, enquanto o óleo chegou a US$12.137 mil. Apesar disso, em números gerais, as exportações no RN em dezembro apresentaram recuo de 23,4% em relação a novembro.  

Fora do Brasil, os principais compradores de frutas potiguares continuam sendo os países da União Europeia, tendo como porta de entrada a Holanda e boa penetração no Reino Unido e Espanha, considerados importantes consumidores. Se do outro lado do Atlântico a situação é confortável, o mesmo não se pode dizer dos países vizinhos. O Mercosul é destino de apenas 0,9% do que é produzido no Rio Grande do Norte. Os principais mercados do bloco continuam sendo Paraguai e Argentina. A novidade é o Chile, que também tem solicitado remessas da fruta.

De acordo com Associação Brasileira dos Produtores Exportadores de Frutas e Derivados (Abrafrutas), outro mercado que o setor tem flertado é o asiático. O estado começou a exportar recentemente para a China, Vietnã e Filipinas. O melão potiguar também pode ser encontrado nos Estados Unidos e no Oriente Médio.

“O balanço é muito positivo. Apesar da pandemia, conseguimos aumentar significativamente as exportações e isso é resultado de um câmbio mais favorável para quem vende para fora e da queda no volume de produção de frutas na Europa, causada pela falta de mão de obra de imigrantes por lá”, explica Luiz Roberto Barcelos, diretor institucional da Abrafrutas e dono da Agrícola Famosa, considerada a maior exportadora de frutas frescas do Brasil.

Ainda de acordo com a entidade, as chuvas de verão não devem atrapalhar o final da safra. “As chuvas começaram um pouco antes do programado, com precipitações acima da média na região produtora, mas por enquanto elas não têm impactado severamente na produção e na qualidade do produto comercializado”, relata Luiz Roberto.

Apesar do cenário favorável, o grande gargalo atual dos produtores de melões e melancias é o frete marítimo, que tem subido de preço nos últimos meses, principalmente pela falta de espaço nos navios e quantidade insuficiente de contêineres. Somado ao aumento de alguns insumos, os números do balanço da safra, previstos para serem divulgados em abril, devem ser impactados.

A área plantada para cultivo do melão no estado do Rio Grande do Norte é superior a 18 mil hectares. A previsão para a safra 2021/2022 é chegar a 300 mil toneladas da fruta.

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