Empresas, instituições e agentes do setor produtivo podem submeter propostas para o desenvolvimento conjunto da Plataforma AgroPragas, que reunirá informações sobre as espécies invasoras que afetam o cultivo de sete fruteiras tropicais. A chamada pública é organizada pela Embrapa Mandioca e Fruticultura, localizada no município de Cruz das Almas, na Bahia.
O edital segue aberto até o dia 20 deste mês. O financiamento da proposta dependerá da modalidade de parceria e de negociação entre a Embrapa e o selecionado. O órgão prevê o desenvolvimento de uma API com posterior disponibilização das informações através de um aplicativo.
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A Plataforma AgroPragas é um dos ativos tecnológicos para codesenvolvimento contemplados no recém-lançado edital do Programa de Inovação Aberta em Fruticultura (InovaFrut). Quando pronto, o aplicativo será disponibilizado a produtores, agrônomos e técnicos agrícolas para identificação das pragas através de suas características.
Já a plataforma será disponibilizada a pesquisadores, comunidade científica, estudantes e empresas desenvolvedoras de softwares e de soluções para o agronegócio. A API reunirá informações sobre pragas que afetam os cultivos dos citros (laranja e tangerina), banana, abacaxi, mamão, maracujá, manga e coco.
AgroPragas
Um protótipo da AgroPragas já está em fase de teste. A API é alimentada por informações disponibilizadas por cientistas de três unidades da Embrapa no Nordeste: a Embrapa Mandioca e Fruticultura, para informações sobre abacaxi, maracujá, mamão, banana e citros; a Embrapa Tabuleiros Costeiros, em Aracaju, Sergipe, que insere dados sobre o coco; e Embrapa Semiárido, localizada em Petrolina, Pernambuco, que disponibiliza conhecimentos sobre a manga.
Mas a Plataforma AgroPragas quer desenvolver, ao todo, quatro produtos. São eles, um (1) banco de dados de cada uma das culturas; um (2) software de gerenciamento de informações, que é voltado especificamente para a equipe de especialistas que alimenta o banco de dados; a (3) API, voltada à comunidades científicas, startups e empresas parceiras; e, por fim, o (4) aplicativo para dispositivos móveis.
O projeto visa a expansão da “inteligência agronômica”, como explica o pesquisador Gilmar Santos, líder do projeto que resultou na Plataforma.
“O rápido diagnóstico da presença de pragas é fundamental para garantir a segurança alimentar e evitar seu alastramento, o que pode acarretar prejuízos em larga escala à produção”, detalha.
Além da “vantagem” da “inteligência agronômica”, “a garantia da marca Embrapa nos dados que estão ali disponibilizados e o fato de os dados”, mostram que as informações, “além de confiáveis”, “estarão sempre atualizadas”.
A ideia da plataforma surgiu a partir do sucesso do aplicativo voltado exclusivamente para a cultura do maracujazeiro, o AgroPragas Maracujá, lançado em 2019.
Embrapa Mandioca e Fruticultura
Localizada em Cruz das Almas, Bahia, a 150 quilômetros da capital Salvador, a Embrapa Mandioca e Fruticultura é a única das 43 Unidades Descentralizadas da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) no estado.
Executa e coordena pesquisas que aumentem a produção e a produtividade, melhorem a qualidade dos produtos, reduzam os custos de produção e que viabilizem o aproveitamento de áreas ainda subutilizadas para abacaxi, banana, citros, mamão, maracujá e mandioca.
Conta com 165 empregados, sendo 62 pesquisadores, com ampla experiência desde recursos genéticos à socioeconomia, passando por melhoramento genético, fitotecnia, fitossanidade, nutrição vegetal, irrigação, fisiologia vegetal e manejo pós-colheita.
Na área de suporte à pesquisa, em laboratórios, campo experimental e setores administrativos, há 42 analistas com formação universitária, diversos com pós-graduação, 28 técnicos e 33 assistentes.
A Plataforma AgroPragas está alinhada ao compromisso da Embrapa com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), agenda mundial adotada durante a Cúpula das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável em 2015 com a missão de construir e implementar políticas públicas que visam guiar a humanidade até 2030 (Agenda 2030).
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