A demanda por serviços que usem a Inteligência Artifical (IA) está puxando o crescimento da deep tech pernambucana Di2win, que desenvolve soluções para processos industriais e de negócios. Em ambos os casos, os serviços implementados resultam em dois ingredientes em alta no mercado: aumento da produtividade e redução dos custos das empresas. A expectativa da startup é de que ocorra, este ano, um crescimento de 100% do faturamento sobre o ano anterior.
Embarcada no Porto Digital, a empresa já desenvolveu pesquisas que resultaram em 25 patentes envolvendo componentes de inteligência para visão computacional, classificação para IA, tomada de decisão associada à IA, treinamento contínuo para IA, entre outras. “Não vendemos as patentes. Elas são usadas para os produtos que vendemos. A patente é a base do serviço que prestamos. Temos que patentear, porque, caso contrário, há o risco de alguém se apropriar. O conhecimento desenvolvido e registrado acaba construindo uma base do valor da empresa”, explica o CEO da Di2win, Paulo Tadeu Araújo.
Para desenvolver os serviços especializados que vende, a empresa conta com cerca de 40 funcionários, incluindo cinco doutores, dois mestres e dois mestrandos. Ou seja, tem uma equipe especializada. “Começamos a trabalhar com IA há 20 anos”, afirma Paulo.
A empresa espera captar mais recursos, este ano, para continuar crescendo, modus operandi muito comum nas startups. A primeira captação da startup ocorreu em 2022 na categoria anjo. A empresa pretende fazer outra captação este ano via Venture Capital. O faturamento da empresa em 2023 contabilizou R$ 3 milhões. Este ano deve ficar em R$ 6 milhões. E em 2025, a previsão é de uma geração de receita de R$ 10 milhões.
O crescimento de faturamento se dá baseado no aumento das assinaturas que a empresa vende. “É uma comprovação do crescimento da demanda por IA”, conta Paulo Tadeu. O serviço vendido pela startup é usado também para a transformação digital dos clientes. As soluções desenvolvidas pela startup chegam a otimizar em 90% os processos manuais dentro de uma instituição. Por exemplo, uma das soluções vendidas na área de processos de negócios automatiza todos os dados antes do processo de análise: busca os dados e organiza os mesmos. “Antes deste processo automatizado, os analistas humanos passavam cerca de 80% do tempo buscando e organizando os dados”, comenta Paulo Paulo Tadeu.
Já nos processos industriais, os gêmeos digitais industriais – uma réplica virtual de um objeto físico ou um processo – entendem os dados, fazem interações com várias áreas, identificam e aprendem o padrão de comportamento. “Isso significa que a solução consegue prever uma situação que vai gerar inconformidade e dá sugestões para atingir um ponto de ótima produtividade”, resume Paulo Tadeu.
A Di2win desenvolveu produtos para os mercados financeiro, educacional, imobiliário, seguridade e utilidades, entre outros que são usados por clientes como Xerox e algumas das maiores seguradoras do País. Algumas das suas soluções são Secretária Acadêmica Digital, Portal de Processamento de Documentos Financeiros, Gestão de Acervo de Ativos em Utilities e Plataforma de Onboarding Digital.
A internacionalização da Di2win
Fundada em 2018, a Di2win fechou o primeiro contrato em 2019. Atualmente, tem 30 clientes, incluindo seguradoras, construtora, entre outros. A startup iniciou um processo de internacionalização. Está entre os 10 projetos selecionados, em fase de discussão, pelo escritório do Porto Digital em Aveiro, em Portugal, com futuros clientes na Europa. E está concluindo uma homologação para fechar uma parceria em Angola.
A empresa é parceira de tecnologia da Nvidia, líder mundial em computação de inteligência. Também desenvolve parcerias com a Amazon, Microsoft, entre outras. A Di2win foi a única nordestina que ficou entre as 10 empresas brasileiras que vão receber uma aceleração na área de IA realizada pelo Google IA.
Leia também
Cooperativas de crédito: Sicredi amplia agência e mira mais 7 unidades
Di2win lança com tecnologia de extração de dados baseada em IA