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TCE-PE aponta deficiências na gestão de segurança em 97% dos municípios

Levantamento do TCE-PE revela que só o Recife alcançou nível considerado aprimorado na implementação de políticas públicas de segurança
Tribunal de Contas de Pernambuco (TCE-PE) divulgou dados inéditos sobre o panorama atual das políticas públicas em segurança pública nos municípios Foto: Alysson Maria/TCE-PE
Tribunal de Contas de Pernambuco (TCE-PE) divulgou dados inéditos sobre o panorama atual das políticas públicas em segurança pública nos municípios Foto: Alysson Maria/TCE-PE

O Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco (TCE-PE) divulgou o resultado do Índice de Gestão Municipal de Segurança Pública (IGMSeg). O levantamento avaliou, com base em dados fornecidos pelas prefeituras, a atuação dos municípios em cinco eixos: orçamento, estrutura institucional, fiscalização, políticas públicas e capacitação. Apesar de ser uma atribuição do Estado, é preciso que os municípios colaborem para a redução dos números da violência. Os dados recebidos apontam que quase todos os municípios deixam a desejar nessa questão.   

Apenas o Recife foi classificado no nível “aprimorado” da escala, que considera pontuações acima de 76%. A maioria das cidades, no entanto, está nos níveis mais baixos: 80% no nível “insuficiente” (até 25%) e 16,8% no “inicial” (até 50%). Os dados compõem o Painel de Referência da Segurança Pública Municipal, apresentado pelo auditor de controle externo Bruno Ribeiro, gerente de Fiscalização da Segurança e da Administração Pública do TCE-PE.

Com a classificação intermediária, seguindo a ordem de pontuação, estão Caruaru, Toritama, ambos no Agreste do Estado, Ipojuca e Moreno, ambas na Região Metropolitana do Recife. Outros 35 municípios estão no estágio inicial na questão de segurança pública, entre eles Olinda e Jaboatão, seguindo o índice de classificação. As outras 144 cidades pernambucanas estão com níveis insuficientes de atuação na área.

Ou seja, o estudo do Tribunal de Contas revelou uma fragilidade generalizada na gestão local de segurança pública, apesar de o tema ter sido utilizado em todos os estados nas eleições municipais do ano passado.

  • 92% dos municípios não possuem Plano Municipal de Segurança Pública;
  • 97% não realizam diagnóstico da segurança local;
  • 53% não contam com Guarda Municipal;
  • 76% não possuem departamento de trânsito;
  • 67% não utilizam videomonitoramento;
  • 91% não criaram fundos específicos para a área;
  • 98% não recebem recursos federais destinados à segurança.

Com base nesse cenário, o TCE-PE pretende estimular os municípios a aderirem à Política Nacional de Segurança Pública e ampliar o acesso a repasses da União. Estão previstos novos encontros com gestores públicos e especialistas para aprofundar os diagnósticos e discutir soluções.

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Segurança, um desafio nacional

A apresentação do painel reuniu representantes de instituições públicas dos três poderes, além de entidades da sociedade civil e da academia. O presidente do TCE-PE, conselheiro Valdecir Pascoal, destacou que a responsabilidade pela segurança é compartilhada por toda a administração pública.

“Trata-se de um desafio nacional, do poder público, suas instituições e da sociedade, e não apenas dos governos estaduais. Esse é um momento para discutirmos a interface da segurança pública com o urbanismo, iluminação pública, educação, saúde, direitos dos idosos, direitos das crianças, entre outros”, afirmou.

Relator dos processos da Secretaria de Defesa Social (SDS-PE) no biênio 2025/2026O conselheiro Carlos Neves ressalta que o trabalho integra um conjunto de ações do TCE-PE voltadas à melhoria da gestão pública, como o combate aos lixões e o monitoramento da desertificação no semiárido. “O foco deste e de outros trabalhos é a melhoria da gestão pública, e os insumos que estamos disponibilizando visam o seu aperfeiçoamento e o bem-estar do cidadão.”

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