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O agro na mira (ou na brecha?) do tarifaço norte-americano

Por Gabriela Harmes* O tarifaço é o assunto do momento. Afinal, essa “jogada” de Donald Trump impôs uma tarifa adicional sobre todas as importações dos Estados Unidos, com sobretaxas ainda mais severas para países com superávit comercial com os EUA.  A medida, de caráter protecionista, visa “estimular a reindustrialização americana” e reduzir a dependência de […]
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Gabriela Hermes/Foto: divulgação

Por Gabriela Harmes*

O tarifaço é o assunto do momento. Afinal, essa “jogada” de Donald Trump impôs uma tarifa adicional sobre todas as importações dos Estados Unidos, com sobretaxas ainda mais severas para países com superávit comercial com os EUA. 

A medida, de caráter protecionista, visa “estimular a reindustrialização americana” e reduzir a dependência de produtos estrangeiros, com foco especial na China. Mas o fato é que seus reflexos vão além do setor industrial e afetam diretamente o agronegócio global, inclusive o brasileiro.

Apesar de o Brasil não ter sido incluído entre os alvos das tarifas mais altas, a reconfiguração dos fluxos comerciais imposta por esse novo cenário gera efeitos indiretos e, sem dúvidas, relevantes. 

A retaliação da China às tarifas americanas, com aumento das alíquotas sobre produtos dos EUA, cria um vácuo comercial que pode ser ocupado por outros países exportadores como o Brasil – e esse novo desenho é marcado por volatilidade e imprevisibilidade. 

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Oportunidades para o agro

Reitero: o cenário é altamente instável. Contudo, apesar dos desafios, o “tarifaço” também abre oportunidades para o agronegócio brasileiro. A imposição de tarifas mais altas sobre produtos de países concorrentes pode tornar os produtos brasileiros mais competitivos perante o mercado internacional. 

Por exemplo, a soja brasileira pode ganhar espaço nesses mercados, substituindo produtos americanos mais caros devido às novas tarifas. ​Além disso, a carne bovina brasileira também pode se beneficiar da menor competitividade dos produtos americanos, especialmente considerando que os Estados Unidos enfrentam desafios em sua produção interna. 

O Brasil, como um dos maiores produtores mundiais de alimentos, tem a oportunidade de consolidar sua posição no mercado global. ​Assim, não tenho dúvidas de que essa guerra iniciada pelos EUA representa, para o Brasil, um grande desafio e, ao mesmo tempo, uma chance concreta de expansão comercial. 

Enquanto alguns setores enfrentarão dificuldades para manter sua competitividade no mercado americano, outros poderão se beneficiar da reconfiguração do comércio internacional. É essencial, porém, que o Brasil adote estratégias eficazes para sustentar o crescimento das exportações e mitigar os impactos negativos das novas tarifas.

A diversificação de mercados, o investimento em infraestrutura de armazenagem e a busca por certificações internacionais são algumas das medidas que podem fortalecer a posição do agronegócio brasileiro no cenário global. 

Com planejamento e adaptação, o setor pode transformar os desafios atuais em oportunidades de crescimento sustentável. Por isso, nesse contexto, o papel do assessoramento especializado torna-se ainda mais relevante. 

Aproveitar o momento exige capacidade produtiva, articulação institucional e, por conseguinte, uma atuação jurídica técnica, preventiva e internacionalizada.

*Gabriela Hermes é advogada especialista na área Contencioso Cível Estratégico, e sócia em Martorelli Advogados

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