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Energia limpa e oportunidades verdes: o novo ciclo Econômico do Nordeste

"Em verdade, as empresas que aqui vieram sempre buscaram, para reduzir custos, identificar oportunidades em setores como tecnologia, turismo e energia renovável"
Da Redação ME
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redacao@movimentoeconomico.com.br
Gustavo Delgado
Gustavo Delgado/Foto: divulgação

Por Gustavo Delgado*

Diante dessas movimentações fortes do mercado internacional, dada a atual guerra comercial internacional, muito se tem perguntado sobre a “economia verde”. Será que esta pauta será afetada? Será que ainda faz sentido investir e apostar neste mercado? E como o Nordeste se posiciona neste segmento? Isto atrai mesmo empresas e economias para nossa região?

Pode-se dizer que felizmente a agenda ESG (Environmental, Social and Governance) tem se destacado como um pilar fundamental para o desenvolvimento sustentável e a responsabilidade corporativa no Nordeste brasileiro. Em uma região conhecida por sua riqueza natural e cultural, a adoção de práticas que promovem o equilíbrio ambiental, o bem-estar social e a governança transparente não apenas fortalece as empresas, mas também contribui para a preservação dos recursos naturais e a melhoria da qualidade de vida das comunidades locais, como bem diz Leticia Mendonça, CEO da LM Consultoria especializada em Compliance e ESG.

Nos últimos anos, muitas empresas receberam diversos benefícios para se instalarem no Nordeste, atraídas, sobretudo pela SUDENE. A diversificação econômica e portos (principalmente Suape e Pecem) próximos da Europa, Estados Unidos e África também serviram de estímulo para esse movimento. Em verdade, as empresas que aqui vieram sempre buscaram, para reduzir custos, identificar oportunidades em setores como tecnologia, turismo e energia renovável.

Não à toa, o Nordeste sai na frente quando o assunto é energia solar e eólica e, mais recentemente, hidrogênio verde. Hoje, os Estados do Piauí e Ceará possuem hubs estratégicos no setor da descarbonização através do H2V, cuja obtenção se dá mediante a eletrólise da água, obtida por um processo que requer grandes quantidades de energia. Se observarmos que o nordeste possui água em abundância, em um vasto litoral, além de duas fontes com custos reduzidos de energia, é fácil chegar à conclusão de que o futuro da “economia verde” está aqui, como defende constantemente Anna Dolores, presidente da ABDAEX.

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Mas focando em Pernambuco, também temos várias outras frentes sendo trabalhadas. Não há como não falar do Complexo Industrial Portuário de Suape, um exemplo emblemático de conciliação entre desenvolvimento e preservação ambiental, destinando 60% de seu território à Zona de Preservação Ecológica e expandindo suas ações de reflorestamento.

Ao olharmos o Plano de Negócios 2025 de Suape, estão lá expostas claramente várias metas e ações sendo desenvolvidas no viés de sustentabilidade, como por exemplo o “Plano Suape Carbono Neutro 2038” e o arrendamento para sediar a primeira planta Metanol Renovável do Brasil. A European Energy irá produzir o novo combustível verde aqui no Estado.

No setor privado, destacam-se o Polo Automotivo da Stellantis, que anunciou, em abril de 2024, investimentos de R$ 13 bilhões voltados à transição energética, com foco na produção de veículos híbridos e tecnologias de descarbonização; a Baterias Moura, que recicla integralmente suas baterias e investe no desenvolvimento de baterias para veículos elétricos; além de numerosas empresas que utilizam fontes de energia renováveis — como biomassa, gás natural, eólica e solar — em seus processos produtivos. Fora que o Estado possui um dos maiores potenciais de geração de energia eólica e solar do Brasil, atraindo empresas do setor energético renovável como Casa dos Ventos e Canadian Solar (Matriz Energética Renovável).

Tais informações constantes do Estudo promovido pela CEPLAN em 2024 demonstram o quanto podemos, intencionalmente, ser um reduto e destaque no cenário mundial de ESG, como bem destaca Aurora Barros, advogada, especialista e consultora de organizações em Compliance e ESG.

Por fim, para não deixar de citar, temos aqui também toda a parte de inovação voltada para tecnologias verdes e soluções sustentáveis para problemas urbanos e rurais, contribuições do apoio do Porto Digital, do próprio Porto de Suape e também com várias ações e incentivos da Prefeitura da Cidade do Recife.

Ou seja, sim, economia verde veio para ficar, traz negócios, faz o Nordeste se posicionar bem nacional e internacionalmente, e temos ambiente de negócios, envolvimento dos empresários e das estruturas de governos nas mais diversas esferas públicas! Manter esta estratégia faz e fará sentido! Quem sabe este será o novo ciclo econômico do Nordeste?

*Gustavo Delgado é Consultor, Coordenador dos cursos de Gestão da UNIFBV, Diretor de OCCA, Diretor de inovação da ABDAEX, Coordenador de MBA em Comércio exterior e Mestre em Economia

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