O funeral do papa Francisco terá início neste sábado (26), às 10h (5h em Brasília), com missa na Praça São Pedro, no Vaticano. A celebração será presidida pelo cardeal Giovanni Battista Re, decano do Colégio Cardinalício, e contará com a presença de chefes de Estado, membros da realeza, cardeais, bispos, sacerdotes e milhares de fiéis.
Devido à expectativa de mais de 200 mil pessoas e da presença de lideranças internacionais, a segurança em Roma e no Vaticano foi reforçada. O esquema inclui mais de 2 mil policiais, patrulhas no rio Tibre, drones de monitoramento, atiradores de elite e bloqueio temporário do espaço aéreo. Barreiras de proteção e o controle de acessos também foram intensificados.
Entre os confirmados estão o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, o presidente da França, Emmanuel Macron, e representantes da realeza da Espanha, Suécia e Bélgica. A estrutura logística inclui ainda o apoio do aeroporto militar de Pratica di Mare para receber aeronaves oficiais.
A cerimônia seguirá o ritual tradicional da Igreja Católica. Durante a missa, o corpo do papa Francisco, coberto por um véu de seda, será aspergido com água benta. Serão realizadas leituras bíblicas, preces, e os rituais simbólicos da quebra do “Anel do Pescador” e do selo papal, marcando o fim oficial do pontificado.
Encerramento do velório e sepultamento
Na noite anterior, sexta-feira (25), às 20h (15h em Brasília), ocorreu o rito de fechamento do caixão de Francisco, presidido pelo cardeal Kevin Farrell, camerlengo da Santa Igreja Romana, encerrando o velório público que reuniu mais de 128 mil fiéis na Basílica de São Pedro.
Após a missa deste sábado, o corpo será levado para sepultamento na Basílica de Santa Maria Maior, em Roma, conforme desejo expresso por Francisco. Diferentemente da tradição de sepultamento nas Grutas Vaticanas, essa escolha reflete a simplicidade que caracterizou seu pontificado.
O funeral também marca o início do Novemdiales, período de nove dias de orações em sufrágio pela alma do papa, e o começo da Sé Vacante, fase que antecede a eleição do novo pontífice.
Biografia e legado
Nascido Jorge Mario Bergoglio em 17 de dezembro de 1936, em Buenos Aires, na Argentina, Francisco foi eleito o 266º papa da Igreja Católica em 13 de março de 2013. Primeiro pontífice latino-americano e primeiro jesuíta a ocupar o cargo, destacou-se por uma liderança voltada para a simplicidade, a inclusão social e o diálogo inter-religioso. Durante seu pontificado, promoveu reformas na Cúria Romana, defendeu a sustentabilidade ambiental com a encíclica Laudato Si’ e trabalhou para aproximar a Igreja dos pobres e marginalizados. Sua atuação deixou um legado de renovada relevância social para a Igreja no mundo contemporâneo.
Cronologia do pontificado de Francisco
- 13 de março de 2013: Eleito papa, adotando o nome Francisco em homenagem a São Francisco de Assis.
- Julho de 2013: Realiza sua primeira viagem internacional para o Brasil, na Jornada Mundial da Juventude, no Rio de Janeiro.
- 2015: Publica a encíclica Laudato Si’, destacando a necessidade de proteção ambiental e combate às mudanças climáticas.
- 2016: Proclama o Ano Santo da Misericórdia, incentivando a compaixão e o perdão.
- 2018: Promulga medidas para enfrentar abusos sexuais na Igreja, estabelecendo novos protocolos para investigações.
- 2020: Lança a encíclica Fratelli Tutti, promovendo a fraternidade e a amizade social.
- 2023: Conduz o Sínodo da Amazônia, abordando temas como a preservação ambiental e os direitos dos povos indígenas.
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