Por Aurora de Barros Souza*
A efetividade de indicadores ambientais e de governança da agenda ESG cada dia mais se operam a partir das ações afirmativas implementadas em atendimento aos aspectos sociais das organizações.
O social, portanto, é o elo das duas extremidades da agenda ESG, isto porque, são as pessoas que implementam e dão continuidade às boas práticas nas organizações e são as embaixadoras da ética, da governança, da transparência e da prestação de contas.
Portanto, o “S” é o balizador da efetividade das ações ambientais e de governança nas organizações públicas e privadas.
Ambientais, sob o ponto de vista do impacto positivo para o planeta, do qual a sociedade está inserida, das comunidades em que as pessoas estão inseridas. Como vamos identificar as ações ambientais senão pelos impactos sociais que serão alcançados. Da governança – a necessidade de transparência e prestação de contas nas relações sociais. As pessoas estão no centro como operadoras e beneficiadas.
A importância das pessoas para Agenda ESG
Para a implantação de todo e qualquer projeto, o engajamento das pessoas é imprescindível. Seja quanto as ações sobre meio ambiente, social ou governança. Apesar dessa reflexão ser bastante óbvia, parece que estão esquecendo das pessoas quando da implantação e gestão da agenda ESG.
ESG não se implanta por decreto!
Precisamos do entendimento e engajamento das pessoas que deveriam estar no centro das ações, mas não estão!
A começar pela falta de sensibilização e entendimento do tema, a abertura da escuta ativa e a compreensão de que muitas estruturas internas das organizações precisam mudar. E é preciso coragem para falar sobre temas sensíveis como assédios e a verdadeira disposição para inclusão que gera a diversidade.
E sobre pessoas é preciso ter um olhar abrangente, alcançando não só funcionários, mas todas as partes interessadas (stakeholders), de maneira que o consumidor, a comunidade inserida e a tendência social são importantes indicadores de engajamento para a agenda ESG de uma organização.
É preciso entender que não é mais “somente” a entrega de um produto ou serviço. É o valor agregado ao mesmo que fará com que as partes interessadas se engajem e reproduzam o poder transformador da agenda ESG.
Consumidores e sustentabilidade
Consumidores com propósito, que escolhem produtos/marcas com base em seus valores como sustentabilidade, agora são o maior segmento de consumidores pesquisados (44%).
O ponto de destaque da pesquisa sobre a sustentabilidade é que 62% dos entrevistados estão dispostos a mudar seus hábitos de compra para reduzir o impacto ambiental, em comparação a 57% há dois anos[1].
Estas pesquisas demonstram o comportamento das pessoas e, por conseguinte, revelam o direcionamento que as organizações precisam ter no seu planejamento estratégico de médio e longo prazo.
A solução vem pelo social que é feito pelas pessoas, para as pessoas e que pode ser o fiel da balança da agenda ESG e, portanto, harmonizar as ações que precisam ser implementadas para que possamos chegar as metas de uma sociedade mais justa, íntegra e com respeito a todas as pessoas e ao meio ambiente. Uma sociedade sustentável.
Conclusão
Ao entender que o que garante o futuro de uma empresa é que ela se torne uma organização que a sociedade queira que exista, é possível alinhar as estratégias de modo a fazer com que a proposta de valor de uma empresa seja validada interna e externamente de forma contínua e consistente pelas pessoas. E isso também é sustentabilidade!
*Aurora de Barros Souza é advogada, auditora-líder em Compliance, Membro de OCCA Olinda Creative Community Action, Coordenadora e Professora MBA em Compliance e ESG e Mestra em indústrias Criativas
[1] IBM, Institute for Business Value e a National Retail Federation, maior associação de comércio varejista do mundo, lançaram seu segundo estudo global https://www.ecommercebrasil.com.br/noticias/consumidores-mudariam-para-serem-mais-sustentaveis acesso em 30/07/2023
