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Carros da Stellantis sairão da fábrica de Goiana com etanol pernambucano

Stellantis é pioneira no Brasil ao abastecer os carros flex que saem da linha de montagem com 100% de etanol, biocombustível que coloca o país na vanguarda da sustentabilidade
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Vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, participou do primeiro abastecimento de etanol nos modelos flex produzidos na fábrica da Stellantis em Goiana. Foto: Stellantis/Divulgação

A partir deste mês, os cinco modelos de veículos de três marcas distintas fabricados no Polo Automotivo Stellantis de Goiana com as motorizações T270 Flex e Turbo 270 Flex sairão da fábrica com tanque cheio. E de etanol, produzido 100% no estado. Esta é a forma que a companhia encontrou para acelerar seu plano de descarbonização, incentivando os compradores dos Jeeps Renegade, Compass e Commander, da picape Fiat Toro e da picape Rampage a utilizar o biocombustível que reduz a emissão de CO2 na atmosfera.

A iniciativa teve início na tarde desta segunda-feira (2), com a visita oficial do vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, à montadora pernambucana. Com isso, a Stellantis dá mais um passo rumo ao objetivo estratégico de desenvolver tecnologias e iniciativas para a descarbonização da mobilidade. Em 2025, a iniciativa será expandida para os polos automotivos de Minas Gerais e Rio de Janeiro.

Inicialmente, a ação será realizada com os modelos Jeep Renegade Flex T270 e Flex T270 4×4, Compass Flex T270 e Commander Flex T270, além da Fiat Toro Turbo T270 Flex. No próximo ano, a alteração de combustível acontecerá também com todos os veículos flex produzidos pela companhia, que detém 30% do mercado automobilístico nacional. A tecnologia flex fuel está presente em cerca de 80% a frota brasileira de veículos leves. 

Sustentabilidade da Stellantis

A iniciativa, implementada nos veículos produzidos no Polo Automotivo de Goiana, reduzirá mais de 2,1 mil toneladas de CO2 emitidas na queima de combustível do primeiro abastecimento, o que representa uma diminuição de cerca de 87% em emissões. O Grupo Stellantis, responsável pela Fiat, Jeep e outras 11 marcas de automóveis, estabeleceu metas para reduzir suas emissões de CO2, com a previsão de atingir uma redução de 50% até 2030 e alcançar emissões líquidas zero até 2038.

“Ao abastecer o veículo na fábrica com etanol, a Stellantis está contribuindo para neutralizar as emissões de gases de efeito estufa nas unidades industriais e na cadeia de valor. Isso porque a nossa meta vai além da fabricação dos veículos, envolve todo o ciclo de vida, desde as matérias-primas até o final de vida do veículo”, pontua o presidente da Stellantis para a América do Sul, Emanuele Cappellano.

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“A Stellantis foi estabelecida com uma visão de mobilidade sustentável e está na vanguarda das discussões e ações em prol da sustentabilidade. Não à toa que o plano estratégico global da empresa prevê a completa descarbonização de todo o ciclo de produção até 2038, com uma redução de 50% já em 2030”, ressaltou Cappellano.

Biocombustível com elétrico

Ao participar no Recife do Fórum Nordeste 20024, evento que na sua 13ª edição discute o avanço da economia sustentável, o vice-presidente de Compliance de Produto da Stellantis para a América do Sul, João Irineu, já havia destacado a aposta da companhia no etanol, que já possui uma imensa plataforma produtiva, logística e de distribuição já implantada. A estratégia é conciliar o uso deste biocombustível com modelos que possam também ser abastecidos por energia elétrica. “Vamos combinar o melhor dos mundos: etanol e diferentes níveis de eletrificação”, disse.

Segundo João Irineu, quando considerado o conceito well-to-wheel (do poço à roda), o etanol é altamente eficiente quanto às emissões, porque a cana-de-açúcar em seu ciclo de desenvolvimento vegetal absorve de 70% a 80% do CO2 liberado na produção e queima do etanol combustível.

Ao oferecer o veículo flex com o tanque cheio de etanol, a Stellantis quer estimular o seu cliente a utilizar mais este biocombustível. Estudo comparativo realizado pela própria montadora em 2023 com veículos a gasolina, a etanol, 100% elétrico com energia europeia e 100% com energia brasileira mostrou que o derivado da cana-açúcar apresentou os melhores resultados de emissões de CO2 depois de um percurso de 240 km.

Neste teste, o uso do etanol evitou a emissão de 34,85 kg de CO2eq no trajeto, o equivalente a 144 gramas de CO2eq por quilômetro rodado. O veículo abastecido com etanol reduz mais de 60% a pegada de carbono. Já o veículo a gasolina evitou a emissão de 60,64 kg CO2eq. O CO2eq é uma medida internacionalmente aceita que expressa a quantidade de gases de efeito estufa em termos equivalentes da quantidade de dióxido de carbono.

Pioneira no Brasil com o “Cachacinha”

A iniciativa da Stellantis de oferecer seus modelos saídos de fábrica com o tanque cheio de etanol ocorre 45 anos depois do lançamento, pela Fiat, do primeiro veículo modelo por este tipo de combustível no mundo. No dia 5 de julho de 1979 o Brasil conhecia o Fiat 147, que recebeu o apelido de “Cachacinha”.

Fabricado no Polo Automotivo de Betim, o carro trazia uma série de inovações, como motor em posição transversal, coluna de direção retrátil, pneus radiais, para-brisa de vidro laminado e o estepe dentro do compartimento do motor, trazendo um melhor aproveitamento do espaço.  

O primeiros testes com o Fiat 147 movido a etanol começaram em 1976, três anos depois da crise de petróleo que afetou o mundo. No Brasil, o Governo Federal instituiu em 1975 o programa ProÁlcool (Programa Nacional do Álcool) com incentivos para a produção do etanol a partir da cana-de-açucar. 

Leia mais: Stellantis Goiana terá investimentos de R$ 13 bi, maior aposta do grupo na AL

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