Governo quer zerar até 2027 benefício tributário em programa do setor de eventos

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), através de proposta do Ministério da Fazenda, comandado por Fernando Haddad, do PT, prepara a remodelagem do Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos (Perse) prevendo uma redução gradativa do benefício tributário, que chegaria a zero em 2027. O secretário executivo da Fazenda, Dario […]
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, desenhou nova proposta para remodelagem do Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos (Perse). Foto José Cruz/Agência Brasil.

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), através de proposta do Ministério da Fazenda, comandado por Fernando Haddad, do PT, prepara a remodelagem do Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos (Perse) prevendo uma redução gradativa do benefício tributário, que chegaria a zero em 2027.

O secretário executivo da Fazenda, Dario Durigan, apresentou o novo texto, nesta terça (12/3), aos aos parlamentares. Entre as mudanças, estaria o corte de 30 para sete atividades da lista de CNAEs (Classificação Nacional das Atividades Econômicas) autorizadas a ter acesso ao programa. O novo Perse vai custar R$ 10 bilhões em 2024.

Restaurantes e similares; hotéis; serviços organizados de feiras, congressos e exposições; produção musical; artes cênicas e produção teatral; e casas de festas e eventos estariam na lista dos cortes.
A proposta estabelece uma diminuição da desoneração dos impostos federais previstos no programa nos próximos anos até acabar com o incentivo fiscal. Segundo a regra atual, os impostos federais são 100% desonerados.

Com o novo desenho do Perse, o chamado “desconto” dos impostos desonerados cairia para 75% neste ano; 50% em 2025; 25% em 2026 até chegar em 0% em 2027, quando o incentivo criado para socorrer as empresas do setor de eventos efetivamente deixaria de valer.

Como revelou reportagem da Folha de São Paulo, o texto da equipe do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, veda o acesso ao Perse para as empresas de grande porte, que pagam o Imposto de Renda pela sistemática do lucro real (com faturamento superior a R$ 78 milhões por ano).

Por outro lado, mantém a possibilidade dessas companhias de abater o prejuízo fiscal que tiverem registrado no Imposto de Renda a pagar.

Diagnóstico da Fazenda apresentado aos deputados mostrou justamente que o Perse direcionou recursos para os grupos de grande porte e acabou não beneficiando as empresas menores. O governo calcula que só com essa restrição haverá uma redução de cerca de 40% dos beneficiários do programa.

A ideia da proposta é ajustar o Perse para diminuir a renúncia fiscal e, assim, reduzir o tamanho da medida de compensação que o governo terá que fazer para bancar a manutenção do programa e o benefício de desoneração dos municípios com base numa modelagem também mais enxuta —outra frente de negociação da equipe econômica.

O programa será remodelado após acordo entre o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e a equipe de Haddad. O ministro teve de recuar da tentativa de acabar com o Perse, incluída na MP (medida provisória) que reonerou a folha de pagamento de empresas de 17 setores.

Um novo projeto de lei vai tratar do Perse revisado, mas será apresentado por um parlamentar a ser indicado por Lira, e não pelo Poder Executivo. Com essa estratégia, o governo evita ter que discutir agora as medidas de compensação tributária (de aumento de receita ou corte de despesa) que será necessária para manter o Perse.

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