O Porto de Suape, juntamente com a Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas-PE), realizou nesta quarta-feira (23) a cerimônia de entrega do selo “Terminal Amigo do Oceano”. Idealizado pelo Porto de Suape, a premiação anual visa sensibilizar e mobilizar a comunidade portuária para a importância da proteção dos oceanos, que é um dos objetivos estabelecidos pela Organização das Nações Unidas (ONU) na campanha da Década dos Oceanos (2021-2030) e na Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável.
A cerimônia de entrega do selo aconteceu no Centro de Prontidão Ambiental do Porto de Suape (Base Mar). Foram premiados os arrendatários do Porto de Suape que cumpriram com destaque a legislação e que adotam boas práticas na redução dos impactos e na proteção ambientais. Dos nove terminais aptos à candidatura, cinco pleitearam a certificação e os vencedores foram Tecon Suape, Pandenor, Ultracargo e Temape.
A comissão julgadora, composta por representantes das Diretorias de Meio Ambiente e Sustentabilidade, da Presidência e de Gestão Portuária, avaliou 27 critérios que contemplam a gestão ambiental portuária, incluindo o uso de água e de energia, e de práticas de combate ao lixo no mar. Na análise, itens como licenciamento ambiental, prevenção e resposta a emergências, certificações voluntárias, recursos humanos e treinamentos dedicados à pauta em questão também foram pontuados.
“Esta é mais uma ação que reforça o nosso compromisso com o equilíbrio entre o crescimento econômico e a preservação da natureza. Incentivando as boas práticas ambientais entre nossos parceiros, nós garantimos a sustentabilidade do porto e a proteção dos oceanos”, pontuou o diretor-presidente de Suape, Francisco Martins.
“A ideia da entrega do selo ‘Terminal Amigo do Oceano’ surgiu para que a gestão do Porto de Suape cuidasse, junto com os terminais arrendatários, dos impactos que poderiam ocorrer com as atividades portuárias”, explicou o Coordenador de Gestão Ambiental Portuária, Paulo Teixeira. “Eles têm papel relevante no cuidado com o meio marinho da área na qual estão inseridos. A concessão da certificação é um reconhecimento pelo cumprimento das legislações ambientais e um incentivo às instalações que adotam gestão responsável, proativa e em consonância com os objetivos da Década dos Oceanos e da Agenda 2030”, complementa o diretor de Meio Ambiente e Sustentabilidade da estatal, Carlos Cavalcanti.
Mais de 90% do comércio mundial passam por instalações portuárias, o que obriga as estruturas e as operações destes locais adotarem ações de preservação do ecossistema marinho e de cuidado ambiental. “Com a implementação do selo, a gente busca estimular a gestão ambiental e a proteção dos oceanos no contexto da atividade portuária, sobretudo para revertermos o quadro de degradação que existe”, afirmou Teixeira.
De acordo com Inamara Mélo, Secretária Estadual de Meio Ambiente e Sustentabilidade, o Porto de Suape é referência ambiental para o Brasil e tem grande importância para a diretriz da política e de todos os compromissos do Estado nesta área. “A gente comemora muito os passos dados por Suape para se firmar cada vez mais como um Porto que cuida do meio ambiente e que tem uma visão estratégica de que o nosso desenvolvimento não pode acontecer sem o cuidado ambiental. Parabéns ao Porto e aos agraciados com o selo, são empresas amigas dos oceanos”, disse Inamara.
Homenagem
O selo “Terminal Amigo do Oceano” deste ano, ganhou o nome do docente e pesquisador da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), Fábio Hazin, falecido em 2021 vitima da covid-19 e que foi uma grande referência na defesa dos oceanos e da biodiversidade marinha ao coordenar o Cemit – comitê criado em Pernambuco para monitorar incidentes com tubarões. Ele foi representado no evento por seu filho, Daniel Hazin, que recebeu uma placa de homenagem ao pai pelo legado deixado para o Estado de Pernambuco.
Proteção dos oceanos
De acordo com Inamara Mélo, Secretária Estadual de Meio Ambiente e Sustentabilidade, o aquecimento das águas e a elevação do nível do mar estão entre os impactos negativos causados pelas mudanças climáticas. “Hoje, a Terra já aqueceu 1,2 graus em relação ao período pré-industrial, e a gente entende que é preciso conter esse aquecimento o quanto antes. Todas as projeções apontam que se nós chegarmos a 1,5 graus celsius, perderemos 80% da biodiversidade nos oceanos e nos recifes de corais. E, se nós chegarmos a 2 graus celsius de elevação, a consequência é de 100% dos nossos recifes de corais, com repercussão para toda a cadeia e a biodiversidade marítima. Isso tem implicações devastadoras para a vida marinha, para o clima na terra e para a segurança alimentar de bilhões de pessoas em todo o mundo”, finalizou.
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