O cardeal norte-americano Robert Francis Prevost, da Ordem de Santo Agostinho (O.S.A.), foi eleito nesta quarta-feira (8) como o novo papa da Igreja Católica. Ele adotou o nome de Leão XIV, tornando-se o 267º pontífice a assumir o trono de São Pedro e o primeiro papa nascido nos Estados Unidos a liderar a instituição.
A eleição de Prevost se deu após quatro votações realizadas durante o conclave iniciado no dia 6 de maio, no Vaticano. Segundo fontes ligadas ao colégio cardinalício, pelo menos 89 dos 133 cardeais eleitores votaram a favor do novo papa, que sucede o pontificado de Francisco, falecido em abril deste ano.
Quem é Robert Francis Prevost
Nascido em 14 de setembro de 1955, em Chicago, nos Estados Unidos, Robert Prevost tem 69 anos. Antes de sua eleição, era prefeito do Dicastério para os Bispos, cargo de alta relevância na Cúria Romana. Além de teólogo, possui formação acadêmica em espiritualidade agostiniana e experiência pastoral na América Latina, especialmente no Peru, onde atuou por duas décadas.
Prevost ingressou na Ordem de Santo Agostinho e foi nomeado bispo pelo papa Francisco em 2015. Em 2023, foi elevado a cardeal. Ao longo dos últimos anos, ganhou destaque como um dos principais articuladores do diálogo entre o Vaticano e as igrejas locais, além de defensor da descentralização nas decisões eclesiais.
Primeiras palavras como papa
“A paz esteja convosco”. Foi com essas palavras que o cardeal norte-americano Robert Francis Prevost, recém-eleito papa, iniciou seu primeiro discurso, na janela central da Capela Sistina. O novo pontífice, que escolheu usar o nome Leão XIV, ainda homenageou seu antecessor, Francisco. 
“Nos ajudem a construir pontes vocês também, com diálogos, com encontro, para sermos um único povo, sempre em paz. Obrigado, papa Francisco”, disse Leão XIV.
“Ainda mantemos, nos nossos ouvidos, aquela voz fraca, mas sempre corajosa, do papa Francisco, que abençoava Roma”, disse.
“Permitam-me dar seguimento àquela mesma benção. Deus nos ama, Deus ama a todos e o mal não vai prevalecer. Estamos todos nas mãos de Deus. Juntos, sem medo, de mãos dadas com Deus, que está entre nós, vamos seguir”, completou.
Em seguida, Leão XIV fez um agradecimento a todos os 133 cardeais que participaram do conclave que o elegeu “para ser o sucessor de Pedro e caminhar com vocês, como Igreja unida, sempre em busca da paz e da justiça, buscando trabalhar como homens e mulheres fiéis a Jesus Cristo, sem medo, para proclamar o Evangelho e sermos missionários”.
“Sou um filho de Santo Agostinho. Sou agostiniano. Santo Agostinho disse: ‘Para vós, sou bispo; convosco, sou cristão’. Neste sentido, podemos todos caminhar juntos, na direção da pátria que Deus não preparou”, disse. “Necessitamos ser, juntos, uma Igreja missionária, uma Igreja que constrói pontes e diálogos. Que mantém o diálogo sempre aberto, pronta para receber todos que precisam.”
Em meio ao discurso, Leão XIV deixou de falar italiano e falou à multidão reunida na Praça São Pedro em espanhol, para agradecer à diocese peruana de Chiclayo, onde foi administrador apostólico. “Povo leal e fiel, que acompanha o bispo e o ajuda”, destacou.
Ao final, o novo pontífice lembrou que a data de hoje marca a prática devocional de súplica à Nossa Senhora de Pompeia.
“Nossa bendita Mãe Maria quer sempre caminhar conosco, estar perto de nós. Quer nos ajudar com sua intercessão e seu amor. Rezemos juntos por esta missão, por toda a Igreja e pela paz no mundo”, disse, encerrando seu discurso com a oração da Ave Maria.
Pontificado e simbolismo do nome Leão XIV
O nome adotado, Leão XIV, remete a uma tradição histórica que já teve 13 papas anteriores com essa designação. O último deles foi Leão XIII, pontífice entre 1878 e 1903. Com a escolha, o novo papa sinaliza continuidade com linhas históricas da Igreja, mas também marca uma abertura a novos contextos geográficos, ao representar pela primeira vez o continente norte-americano no comando da Santa Sé.
Perspectivas para o novo pontificado
A eleição de Leão XIV ocorre em um cenário de grandes desafios para a Igreja Católica, entre eles, o fortalecimento das vocações em regiões emergentes, o combate a abusos e a busca por maior participação dos leigos na estrutura da Igreja. A escolha de um pontífice fora do eixo europeu reforça o caráter global da instituição e pode sinalizar uma agenda voltada para reformas pastorais e reorganização da governança eclesial.
A cerimônia de início oficial do pontificado está prevista para os próximos dias, na Praça de São Pedro, em Roma.
*Com informações da Agência Brasil
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