Dois dias depois de ter sofrido uma tentativa de assassinato, o ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump anunciou quem será o seu vice na tentativa de voltar à Casa Branca na eleições de novembro. O candidato republicano terá como companheiro de chapa o senador por Ohio J. D. Vance, de 39 anos. O nome do advogado formado pela Faculdade de Direito de Yale já teve seu nome referendado pela Convenção Nacional do Partido Republicano que começou nesta segunda-feira (15) e vai até quinta-feira (18).
Segundo Trump, a escolha por J. D. Vance foi feita depois de “longa deliberação e reflexão, e considerando os talentos de muitos outros”. Trump concorre novamente à presidência dos Estados Unidos em um disputa acirrada contra o atual mandatário, Joe Biden, que tenta reeleição. O republicano anunciou que vai aproveitar o seu discurso na convenção nacional para “unir o país”. “É uma oportunidade que foi dada”, declarou.
Autor de um livro de memórias em que retrata a classe trabalhadora branca norte-americana, J. D. Vance chegou a ser um crítico de Trump, comparando o ex-presidente a Hitler. Mas a aproximação entre os dois se deu quando ele decidiu-se lançar ao Senado. Agora, o político que serviu no Corpo de Fuzileiros Navais e foi em missão ao Iraque aproxima mais Trump do eleitorado jovem.
Senado cria comissão para investigar atentado a Trump
O senador Gary Peters, presidente do Comitê de Segurança Interna da casa, anunciou nesta segunda-feira a criação de uma comissão bipartidária de investigação de possíveis falhas de segurança que permitiram o atentado de sábado (13) contra Donald Trump.
Trump foi retirado por seguranças do palanque onde fazia um comício, em Butler, no estado da Pensilvânia. Após sons de tiros, o candidato republicano se abaixou e levantou com sangue na orelha e no rosto.
Além de Trump ferido, um apoiador do ex-presidente foi morto e dois outros ficaram feridos antes que os agentes do Serviço Secreto matassem a tiros o suspeito de 20 anos. O motivo do atentado ainda não foi esclarecido. O presidente Joe Biden condenou o ataque contra seu oponente, pedindo união aos cidadãos, e determinou uma revisão sobre a segurança no comício onde Trump foi ferido.
Segundo a Agência Lusa, Gary Peters disse que a investigação bipartidária, com representantes dos partidos Republicano e Democrata, vai estudar os acontecimentos que ocorreram e determinar “se houve ou não lacunas de segurança que precisam ser sanadas”.
As audiência serão realizadas antes do período de férias do Congresso americano, que acontece em agosto. Para garantir a rapidez do processo, será usada como “modelo” a investigação anterior sobre as falhas de segurança no ataque ao Capitólio em 6 de janeiro de 2021.
Lula volta a se pronunciar
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, nesta segunda-feira (15), que o atentado contra o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, “empobrece a democracia”. Ao chegar para agenda de trabalho no Palácio do Itamaraty, em Brasília, Lula disse que é preciso condenar qualquer manifestação anti democrática, “seja pela direita, seja pela esquerda”.
“Ninguém tem o direito de atirar numa pessoa porque não concorda com ele politicamente”, disse.
Ao ser questionado se o ataque fortalece a extrema-direita no país norte-americano e no mundo, Lula disse que “a certeza é que a democracia perde”.
“Os valores do diálogo, os valores do argumento, os valores de sentar em forma de uma mesa, da forma mais diplomática, para encontrar soluções para os problemas vão indo pelo ralo. Se tudo vai se encontrar na base da bordoada, na base da violência, na base do murro, na base da luta, na base do tiro, na base da faca, onde é que vai a democracia? Eu, como sou defensor da democracia, eu acho que nós temos que condenar”, acrescentou o presidente.
*Com informações da Agência Brasil
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