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Tiros, marketing e impacto econômico: o que o atentado a Trump nos revela

Talvez o atentado contra Trump seja capaz de demover o presidente Joe Biden a seguir na corrida presidencial
atentado a Trump
Atentado a Donald Trump/Foto: Evan Vucci/ AP Photo

No jornalismo há uma máxima que diz que uma imagem vale mais do que mil palavras. A foto de Donald Trump baleado, sangrando, de punho erguido e cercado por agentes do FBI tendo ao fundo a bandeira norte-americana tornou-se histórica e será a imagem símbolo da atual campanha presidencial nos Estados Unidos. 

Foram várias fotos de vários ângulos, mas a imagem captada pelo fotógrafo Evan Gucci, da agência Associated Press é esteticamente e tecnicamente perfeita, porque captura símbolos diversos em meio a muita emoção. 

Não há dúvidas de que o atentado vai fortalecer a candidatura de Trump, que instintivamente soube aproveitar o episódio trágico. O gesto de erguer o punho e gritar “lute” lhe conferiu um capital político muito importante nesta atual eleição. A foto histórica correu o mundo pela internet e redes sociais.

A campanha à presidência dos Estados Unidos sempre repercute sobre o mundo de forma diversa. Nesta segunda-feira (15), o dia amanheceu sob os efeitos dos tiros disparados no comício em Butler. Os mercados aumentaram as apostas na vitória de Trump. No site Prediclit, as chances de o ex-presidente vencer subiram de 60% para 67%, com reflexo sobre as projeções futuras das bolsas, fazendo as moedas dos mercados emergentes desvalorizarem.

Consequências sobre Trump

O retorno de Trump ao poder pode mudar muita coisa na economia norte-americana e, por consequência, no resto do mundo. Há por exemplo a expectativa de uma reforma tributária, com corte nos impostos a serem compensados com aumento na taxação das importações, o que mexe com empresas exportadoras de diversos países que vendem para os EUA.

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Por outro lado, talvez o atentado contra Trump seja capaz de demover o presidente Joe Biden a seguir na corrida presidencial, visto que suas chances encolheram drasticamente. Espera-se que o potencial crescimento do seu oponente leve Biden a ceder seu lugar na disputa para a vice-presidente Kamala Herris.

A vice-presidente apareceu empatada com Trump em três pesquisas feitas após o debate televisivo de 27 de junho, em que Biden teve participação desastrosa no enfrentamento a Trump. A mais recente, da ABC-WashingtonPost-Ipsos, divulgada no dia 11, trouxe a vice-presidente com 49% das intenções de voto, contra 47% de Trump, no caso de uma disputa direta entre os dois, num claro empate técnico.

Porém, como todo evento impactante tende a repercutir por dias em canais de TV, jornais, sites e revistas, ainda haverá muito pano nas mangas para Trump fazer o que sabe bem: marketing político.  

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