O Banco do Nordeste (BNB) vai ter mais US$ 300 milhões – aproximadamente R$ 1,5 bilhão – para emprestar aos Estados que poderão investir estes recursos em infraestrutura logística e de conectividade, segundo o diretor de Planejamento daquela instituição, Aldemir Freire. A expectativa é de que os contratos com os Estados sejam assinados no primeiro semestre de 2025.
Os US$ 300 milhões serão emprestados pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) numa operação autorizada pelo Plenário do Senado na última terça-feira (25). O empréstimo feito pelo BID terá a garantia da União e o prazo total da operação será de até 25 anos, incluindo uma carência de 66 meses.
Os recursos poderão ser usados para financiar iniciativas do Programa de Desenvolvimento Produtivo da Região Nordeste (Prodepro), que têm o objetivo de fomentar o desenvolvimento sustentável da região, diminuindo os gargalos em infraestruturas relevantes para cadeias produtivas, incluindo também “projetos ecoeficientes e investimentos em capacitação técnica e em inovação em processos e produtos”.
“A nossa intenção é fazer um conjunto de captação com bancos multilaterais. Isso faz parte de uma estratégia para trazer mais recursos porque está ocorrendo um boom de investimentos no Nordeste”, explica Aldemir. Dentre estas iniciativas, está um empréstimo com o Banco Mundial no valor de US$ 500 milhões – cerca de R$ 2,5 bilhões – que poderão bancar financiamentos que contribuam para a descarbonização da economia, como a infraestrutura do Porto de Pecém para a indústria do hidrogênio verde, energias renováveis, biocombustíveis e até processos de descarbonização de algumas indústrias, como a de cimento e a de siderurgia.
BNB faz planejamento estratégico para H2V
O BNB apresentou, nesta quinta-feira, 26, seu planejamento estratégico para estimular a atração de investimentos em projetos de hidrogênio verde (H2V) nos próximos 25 anos num evento que ocorreu em Brasília e tinha como tema central este tipo de combustível. Os protocolos de intenção assinados entre investidores privados e governos estaduais nordestinos estabelecem a implantação de 28,2 gigawatts de eletrólise, de acordo com um levantamento feito pelo banco. Juntos, esses parques industriais representam um investimento de 100 bilhões de dólares – equivalente a cerca de R$ 550 bilhões.
Segundo o presidente do BNB, Paulo Câmara, a instituição já é conhecida por ter impulsionado a geração de energia limpa na região com financiamento de mais de R$ 35 bilhões nos últimos seis anos e está preparada para apoiar o H2V. “Temos convicção de que a próxima década será de projetos saindo do papel e teremos grandes empreendimentos que incluem H2V, combustível fundamental para o desenvolvimento sustentável. Estamos vendo o Governo Federal colocar na mesa fatores de execução para essa transição energética, como a Nova Indústria Brasil e o Novo PAC”, afirma.
De acordo com Câmara, o BNB precisará de mais recursos para apoiar essas iniciativas e por isso está captando novas fontes com parceiros como Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD), Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Banco Mundial (Bird), Novo Banco de Desenvolvimento (NDB na sigla em inglês), Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e fundos soberanos.
*Com informações da Agência Senado e do BNB
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