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PC de AL investiga jornalista suspeita de aplicar golpe na venda de abadás

Segundo Polícia Civil, 26 boletins de ocorrência relatando o golpe já foram registrados
Delegados apuram golpe abadás
Delegados João Marcello (esquerda) e Igor Diego foram nomeados pelo delegado-geral para apurar caso. Foto: Divulgação

A Polícia Civil de Alagoas designou uma comissão de delegados para apurar diversas denúncias de um golpe aplicado por uma jornalista e promotora de eventos que é acusada de vender abadás para eventos durante o carnaval em Olinda, Recife e Salvador. Acesso a locais exclusivos, com direito a open bar, pode chegar a custar em torno de R$ 1,5 mil.

Em coletiva de imprensa nesta sexta-feira (7), os delegados Igor Diego e João Marcello, da Diretoria de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (DRACCO) informaram que foram designados pelo Delegado Geral da Polícia Civil de Alagoas, Gustavo Xavier, para apurar o suposto crime. Eles informaram que 26 boletins de ocorrência foram registrados em diferentes distritos de Maceió onde pessoas relatam que efetuaram a compra de abadás para blocos e camarotes de carnaval e que pagaram, mas não receberam o ingresso.

A pessoa apontada como responsável pela venda dos abadás é a jornalista e promotora de eventos alagoana Adelaide Nogueira, de 44 anos. Por meio das redes sociais, diversas pessoas que foram vítimas do suposto golpe vêm relatando a situação desde a última sexta-feira (28).

“Ela teria vendido diversos abadás, pulseiras e entrada VIP para camarotes e blocos no Carnaval de Olinda, Recife e Salvador, no entanto, não teria feito a entrega conforme o combinado. Então, diante dessa situação, o delegado-geral nomeou a comissão de delegados para que a gente pudesse apurar todos esses fatos. Até o momento, temos o registro de 26 boletins de ocorrência citando nominalmente a jornalista como a pessoa que realizou a venda dos abadás”, explicou o delegado Igor Diego.

Segundo o delegado João Marcello, a Polícia Civil decidiu instaurar uma comissão devido ao número expressivo de denúncias sobre o mesmo caso e a partir de agora as investigações ficarão concentradas na Dracco. Ele reforçou que outras pessoas que tenham sido vítimas precisam buscar a Polícia Civil para informar o ocorrido e registrar o boletim de ocorrência.

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“Intimaremos cada uma das vítimas a partir da semana que vem. Orientamos que as pessoas que ainda não fizeram B.O. busquem a Dracco. Todas as documentações, pagamentos via Pix e transações bancárias serão analisadas e interrogaremos a suspeita para ouvir o que ela tem a falar sobre o caso”, afirmou.

“O crime que está sendo apurado aqui é estelionato a uma coletividade de vítimas. Basicamente consistia em vender produtos para o carnaval e não serem entregues conforme o combinado. Vamos apurar todas as circunstâncias e somente com a presença de todas as vítimas é que poderemos saber o valor desse golpe e também a quantidade real de vítimas. Por isso é importante a confecção dos boletins de ocorrência para que possamos registrar esses valores e posteriormente a gente possa ressarcir esses valores através de patrimônios que a autora tenha”, completou o relegado Igor Diego.

Vítimas relatam golpe nas redes sociais

Uma das vítimas, Alynea Santos, divulgou vídeo em suas redes sociais relatando como ocorreu a compra dos abadás. Ela disse que Adelaide se identificava como comissária de eventos e conseguiria vender abadás com desconto.

Segundo Alynea, ela realizou o pagamento via Pix e acabou não recebendo o abadá conforme o combinado. “Na semana que antecedeu o Carnaval ela deu vários prazos para entregar o abadá, o que não aconteceu. Chegou a dizer que iria para Recife para realizar a retirada lá das camisas, mas isso também não ocorreu e agora estamos com o prejuízo”, relatou no vídeo.

Algumas das vítimas se reuniram em um grupo de WhatsApp e boa parte delas tinham comprado ingressos para o Carvalheira na Ladeira. O Movimento Econômico entrou em contato com a empresa, que afirmou que Adelaide “nunca esteve cadastrada em nossa base de comissários, ou seja, nunca foi efetivada como tal”.

Na nota, a empresa reforçou que a venda dos ingressos para seus eventos ocorre por meio da Sympla e que o link oficial é divulgado em suas redes sociais e site. A Carvalheira lamentou o ocorrido e espera que as medidas cabíveis sejam tomadas.

Leia o comunicado na íntegra:

A Carvalheira informa que foi avisada sobre a situação de fraudes de ingressos cometida por uma jornalista de Alagoas. Fomos procurados pela imprensa e, por isso, achamos necessário reiteramos os seguintes pontos:

1) A Carvalheira só incentiva as compras de ingressos para nossos eventos (seja Carvalheira na Ladeira ou outros) através de nossos canais de vendas oficiais. No caso citado, a ticketeira SYMPLA;

2) Em nosso perfil no Instagram e site da Carvalheira compartilhamos o link OFICIAL da venda de ingressos;

3) Caso alguém busque comprar através de comissários cadastrados na Sympla, é possível checar a veracidade do perfil dessa pessoa através dos nossos canais de comunicação (Instagram, WhatsApp…);

4) Adelaide Maria Wanderley Nogueira Barros NUNCA sequer esteve cadastrada em nossa base de comissários, ou seja, nunca foi efetivada como tal.

Com isso, lamentamos muito o ocorrido e a quantidade de pessoas que foram lesadas por meio desse golpe. Mais uma vez reforçamos a importância de APENAS adquirir seus ingressos através da plataforma de venda oficial, jamais de terceiros. Esperamos que as medidas cabíveis sejam tomadas e nos colocamos à disposição para tirar qualquer outra dúvida. Deixo aqui também o contato do nosso SAC: (81) 8111-2969.

A jornalista ainda não se pronunciou sobre o caso.

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